A U-Start, boutique advisory com sede na Itália e cujo intuito é conectar investidores europeus a startups de mercados emergentes, acaba de chegar no Brasil. E o recado é claro, segundo me contou Luiz Rinke, country manager da empresa no Brasil: “os investidores europeus estão muitíssimo interessados no país”.
Isso porque, segundo ele diz, a procura desses investidores (estamos falando de 120 clientes da U-Start na Europa toda) por informações sobre startups brasileiras tem acontecido semanalmente. “O perfil de investidores que está na carta da U-Start mantém um valor de investimento entre 200, 300 mil euros e 2, 3 milhões de euros”, declara.
A chegada dessa player ao Brasil é uma notícia interessante. Rinke explica que, por desconhecimento do mercado nacional, os investidores europeus costumam ser mais regionalistas. Agora, com uma intermediadora de alcance e confiabilidade proveniente do Velho Continente, as chances de aportes de lá chegarem em startups daqui é ampliada. E claro, a U-Start não descarta a entrada de investidores brasileiros em seu portfolio.
O modus operandi da U-Start funciona por intermédio de escritórios regionais que, nas palavras do executivo, são “os olhos e o cérebro” dos investidores, já que identificam oportunidades de negócios, tamanho do investimento e o foco desejado por cada um.
A partir daí, a U-Start procura os principais players nacionais – aceleradoras, incubadoras, anjos, universidades, ou seja, quem tenha startups em seu portfolio que estejam em busca de outras rodadas de investimento. Essas startups têm acesso à plataforma da U-Start (e acesso aos investidores) por um período gratuito de dois anos – e representam 80% do deal flow por ali.
Os outros 20% provêm de startups que chegam organicamente à plataforma. Elas pagam uma taxa simbólica anual de 70 euros (R$ 225) para ter acesso ao mesmo fluxo de informações.
(Soa meio óbvio, mas se trata de um detalhe importante, para ambos os casos: empreendedores interessados devem submeter a documentação necessária em inglês, assim como mantê-la atualizada.)
Mas é dos investidores que vem o subsídio que dá estrutura para a atuação da U-Start, já que eles pagam pelos serviços prestados, de acordo com a necessidade de cada perfil. Esses investidores, aliás, recebem um newsletter mensal sobre o que acontece por aqui.
É a U-Start que organiza também o Bloom, um evento focado em pitchings para investidores na Europa (e que acontece naquele continente). Com a chegada ao país, os empreendedores brasileiros vão ter inscrições, cuja abertura ocorre em 16 de dezembro e o encerramento, em 24 de janeiro, e uma prévia do evento europeu. Já tem data: 8 de fevereiro, com transmissão streaming para todos os escritórios regionais da U-Start na Europa.