Vivemos um momento diferenciado no Brasil, algo que há poucos anos seria difícil de imaginar. É claro que ainda precisamos avançar bastante, mas algumas coisas nos sinalizam que estamos no caminho certo. De forma crescente, o país tem se utilizado da força do digital, do poder das multidões, do acesso às informações, da criatividade como combustível da economia, da democratização do empreendedorismo.
Sim, o empreendedorismo é um importante fator transformador e, cada vez mais, tem sido evidenciado em contextos antes distantes. Por exemplo, segundo a última pesquisa Global Entrepeneurship Monitor (GEM – clique para ler) que monitora o empreendedorismo no mundo, o sonho do brasileiro de ter um negócio próprio é maior do que fazer carreira em uma empresa e aparece atrás apenas de viajar pelo país e ter a casa própria. Isso é fantástico e ao mesmo tempo desafiador.
Aliás, desafio é algo intrínseco ao conceito de empreendedorismo. Etimologicamente, a palavra vem do francês “entrepreneur” e, em sua origem, representava as pessoas que convocavam e incentivavam as brigas. A definição evoluiu para aquele que assume riscos e é ousado o bastante para começar algo novamente (Cantillon), e aquele capaz de mover recursos econômicos de uma área de baixa para outra de maior produtividade e retorno (Say).
Buscando as definições dos pensadores contemporâneos, Schumpeter acrescenta ao conceito o desafio da inovação, Drucker, o desafio do risco e Hisrich, o desafio da criação de valor. A pesquisa GEM citada anteriormente considera o empreendedorismo como qualquer tentativa de criação de um novo empreendimento – atividade econômica, uma nova empresa ou expansão de uma empresa existente. Alguém topa esse desafio?
Para ajudar nessa decisão, vale uma análise histórica no Brasil. Em um passado não tão distante, em que a produção era o fator preponderante de nossa economia, empreender no Brasil era, prioritariamente, uma questão de necessidade. Atualmente, a eficiência é o fator econômico relevante que tem favorecido o empreendedorismo por oportunidade. E no futuro?
A bola da vez da economia é a inovação e a relevância da economia criativa é reflexo disso. As startups digitais estão aí para provar. É cada vez maior o número de jovens que empreendem por opção e buscam criar oportunidades transformando suas ideias em novos modelos de negócio, apropriando-se de maneira decisiva da internet, das redes sociais, do mobile, da computação em nuvem. Um dia, um tal Steve falou em tom desafiador: “As pessoas não sabem o que querem, até mostrarmos a elas”. Isso nunca fez tanto sentido!
E então, topa o desafio de participar dessa “revolução” empreendedora? Vale a pena refletir. Para ajudar nessa reflexão aceitei, com muito prazer, o desafio de escrever sobre o tema no Startupi.
Vibrações empreendedoras positivas e até o próximo post!
Imagem: TheeErin/Flickr