Após uma série de ataques a plataformas de mídia social, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, direcionou seu foco para o TikTok, acusando o aplicativo chinês de ser “imoral” e de “promover o fascismo”. As declarações inflamadas ocorrem durante uma reunião com líderes do governo na segunda-feira, 12, em meio a uma crise política contínua no país, exacerbada pelas recentes eleições de 28 de julho.
“Vejam como o TikTok é imoral. Acuso os diretores e proprietários do TikTok de quererem uma guerra civil na Venezuela e de apoiarem o fascismo na América Latina e no mundo”, afirmou o presidente.
Perfil de Maduro está inacessível no aplicativo
A crise entre Maduro e as redes sociais intensificou-se após o TikTok, controlado pelo empresário chinês Zhang Yiming, suspender o perfil do presidente venezuelano até 19 de agosto. O TikTok, que já expressou alinhamento com o governo do presidente chinês Xi Jinping, justificou a suspensão como uma resposta às acusações feitas por Maduro, que alegou que a rede social estava fomentando uma guerra civil na Venezuela.
Maduro, por sua vez, utilizou a televisão estatal para acusar os “gestores e proprietários” do TikTok de “financiar o fascismo na América Latina e no mundo”. O presidente também associou a plataforma à recente ascensão de Javier Milei e outros políticos de extrema-direita ao poder na Argentina.
Líder político já havia se manifestado contra X e WhatsApp
Esse não é o primeiro confronto de Maduro com as redes sociais. No início de agosto, ele solicitou aos venezuelanos que desinstalassem o WhatsApp, sugerindo que migrassem para aplicativos como WeChat e Telegram. Poucos dias depois, Maduro ordenou o bloqueio temporário do X (antigo Twitter) em todo o país. A ação foi uma resposta direta às trocas de ofensas entre Maduro e Elon Musk, dono da plataforma. Em 9 de agosto, o presidente venezuelano decidiu suspender o X por 10 dias, acusando Musk de “incitar o ódio” após o conturbado processo eleitoral.
As acusações de Maduro de que as redes sociais estão sendo usadas para contestar sua reeleição têm sido uma constante desde o final de julho. O presidente acredita que essas plataformas têm sido usadas para enfraquecer sua autoridade e minar a estabilidade política do país.
A repressão às manifestações contra o governo de Maduro também se intensificou nas últimas semanas. Desde 29 de julho, mais de 2,4 mil pessoas foram presas durante protestos que exigiam a saída de Maduro do poder. De acordo com informações divulgadas hoje (13) pelo procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, esses protestos resultaram na morte de 25 pessoas e deixaram outras 192 feridas.
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