Como as empresas podem se manter competitivas em um mundo onde a tecnologia e a inteligência artificial avançam em ritmo acelerado?
Para responder a essa pergunta, que atormenta a mente de quase todo empreendedor, Silvio Meira, cientista, professor e empreendedor brasileiro com atuação na área de engenharia de software e inovação, subiu ao palco principal do Startup Summit 2024 no primeiro dia de evento. Durante sua palestra, Meira explorou o caminho para o futuro do aprendizado, do marketing e da inovação, revelando como as empresas podem não apenas sobreviver, mas prosperar na era digital.
A Revolução no aprendizado e na economia do conhecimento
O professor iniciou sua palestra ressaltando as profundas transformações na forma como adquirimos e aplicamos conhecimento, destacando que estamos vivendo na era da “economia do conhecimento”, onde o conhecimento se tornou um dos principais ativos para os negócios. Ele observou que, no contexto atual, “tudo está chegando na mesma hora para todos”, o que ressalta a necessidade urgente de adaptação às novas realidades trazidas pela inteligência artificial (IA). Segundo Meira, a capacidade de aprender e se adaptar rapidamente se tornou uma vantagem competitiva crucial.
Ele também abordou a necessidade de que as empresas invistam em tecnologia e inovação para permanecerem relevantes no mercado. Meira apontou que, ao contrário da percepção comum de que a transformação digital é um fenômeno de longo prazo, ela já está produzindo impactos significativos no mercado a curto prazo. Estudos indicam que a adoção de tecnologias digitais tem acelerado a eficiência operacional e a inovação, mudando rapidamente as dinâmicas de competição e exigindo que as empresas se ajustem continuamente às novas exigências do mercado.
Meira enfatizou que, a implementação de soluções tecnológicas e a capacidade de inovar são indispensáveis para a sobrevivência e crescimento das empresas, destacando que a IA e outras tecnologias emergentes têm o potencial de redefinir práticas de negócios, otimizar processos e criar novas oportunidades.
IA: Uma nova perspectiva além da mente humana
Para Meira, a inteligência artificial (IA) deve ser compreendida não apenas como máquinas que imitam a mente humana, mas como sistemas autônomos capazes de superar as capacidades humanas em várias tarefas específicas. Ele destacou que, embora o conceito de IA tenha sido introduzido em 1950 pelo pioneiro Alan Turing, que propôs a ideia de máquinas que poderiam simular a inteligência humana, só agora estamos começando a explorar seu verdadeiro potencial e as amplas possibilidades que ela oferece.
O palestrante enfatizou que a evolução da IA não é apenas uma questão de avanço tecnológico, mas uma transformação fundamental na maneira como interagimos com o mundo e conduzimos os negócios. Ele citou exemplos atuais de como a IA está revolucionando setores diversos, desde a automação de processos industriais até a personalização de serviços ao cliente, e ressaltou que o impacto dessas tecnologias está crescendo rapidamente.
“Se não passarmos por esse processo de adaptação, muitas empresas acabarão no ‘cemitério dos CNPJ’,” alertou Meira, exemplificando a urgência da transformação digital. Ele fez referência a a estudos recentes que mostram que empresas que não adotam tecnologias emergentes e não se adaptam às novas demandas do mercado estão enfrentando um risco crescente de obsolescência. De acordo com um relatório da McKinsey, empresas que investem em transformação digital têm 2,5 vezes mais chances de serem líderes de mercado em comparação com aquelas que não o fazem.
O Desafio da transformação digital no espaço figital
Outro ponto central da palestra foi a transformação digital e como ela está redefinindo o espaço competitivo das empresas. Com 30 anos da internet, Meira observou que vivemos em um mundo interconectado, onde as comunicações e os negócios operam em um “espaço figital”, uma fusão entre o físico e o digital.
As plataformas, aplicações, serviços e infraestruturas estão criando um novo espaço competitivo. “Estamos virtualizando o físico e o digital, redefinindo negócios e performances,” afirmou Meira. Empresas como Amazon e Netflix já estão aplicando essas mudanças com grande êxito, mostrando que a inovação e a transformação digital são essenciais para o sucesso.
Repensando o marketing: inovação como ponto central
O professor também abordou o papel do marketing no futuro dos negócios, destacando que o Brasil é um dos países que mais gasta com mídia e publicidade, mas com um dos menores retornos. Ele criticou o modelo atual de alocação de recursos e sugeriu uma inversão do modelo de negócios, onde a inovação e a transformação digital devem estar no centro da estratégia empresarial.
“A inteligência artificial não é verdadeiramente inteligente; ela constrói respostas baseadas em dados e previsões,” comentou Meira. Ele sugeriu que a verdadeira inteligência reside na capacidade de transformar aprendizado individual em expertise coletiva, algo que será cada vez mais necessário nos negócios.
A urgência de reaprender a aprender: uma demanda crucial
Finalizando sua palestra, Meira fez um alerta poderoso: “Reaprender a aprender nunca foi tão urgente quanto agora.” Ele destacou que, em um mundo em rápida transformação, a capacidade de adquirir novas habilidades e adaptar-se às mudanças é crucial para o sucesso. Meira apresentou os nove estágios de inteligência que as empresas precisarão desenvolver para se manterem competitivas: inteligência descritiva, diagnóstica, preditiva, prescritiva, adaptativa, emocional, coletiva, contextual e criativa. Cada um desses estágios representa uma evolução na capacidade de análise, tomada de decisão e inovação das organizações, permitindo que elas não apenas respondam aos desafios atuais, mas também se antecipem às demandas futuras.
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