No Brasil foram coletados 66,6 milhões de toneladas de resíduos sólidos domiciliares e públicos em 2020, sendo 1,01 kg por habitante ao dia, tendo como estimativa para destino final os aterros sanitários (73,8%), lixões (14,6%) e aterros controlados (11,6%), de acordo com o último levantamento realizado pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Esse lixo influencia diretamente na crise climática do planeta.
Para ajudar a transformar o mundo em um lugar mais sustentável, a startup Solos, de desenvolvimento de soluções inteligentes e inovadoras para gestão de resíduos, atua frente às causas ambientais, abordando a sustentabilidade através da logística reversa e economia circular, visando colaborar no enfrentamento da crise climática e ambiental, devido ao acúmulo de CO2 e outros gases que levam ao efeito estufa na atmosfera.
“Onde há consumo, há resíduos. E, apesar de termos perspectivas alarmantes sobre o crescimento das toneladas de resíduos, existe também um movimento e aumento do número de iniciativas relacionadas à logística reversa e ao ASG, influenciado pelas políticas públicas e diretrizes do mercado financeiro. Por isso, quando abordamos o desafio do lixo, estamos falando necessariamente de repensar as formas do consumo. Desde a diminuição da frequência dessas compras, até o novo design das embalagens”, comenta Saville Alves, cofundadora da Solos.
A startup foi fundada em 2017 por duas mulheres: Saville e Gabriela Tiemy, promovendo o descarte correto de embalagens a partir da inclusão de cooperativas de reciclagem, através das ações lideradas e estruturadas com grandes parceiras, como iFood, Braskem, Nubank, Owens Illinois, Ambev, Heineken, Coca-Cola, Basf e Sebrae.
As atividades de logística reversa da startup viabilizam o equilíbrio econômico e ambiental, impacto social na geração de renda para catadores, cooperados e populações em situação de vulnerabilidade, volume assertivo de resíduos destinados à reciclagem após conscientizar e informar a população e valorização de um setor profissional essencial ao meio ambiente e sociedade.
Solos e um planeta sustentável
Com o Acordo de Paris e a meta mundial de redução de lixo até 2050 para zerar a emissão de gás carbônico, têm sido movimentadas iniciativas públicas e privadas, entre elas a da startup Solos. Em sete anos, a coletou 600 toneladas de resíduos e impactou 240 cooperados, gerando renda através de projetos que visam promover a economia circular e logística reversa, através da integração de cooperativas e catadores de resíduos.
A startup recebeu dois investimentos para projetos específicos: em 2018, R$ 150 mil do SENAI e Prefeitura de Salvador, para desenvolvimento de um protótipo tecnológico de um eletrodoméstico que fizesse compostagem de maneira otimizada. “Isso reduziria em 55% o lixo dos lares brasileiros. Fizemos estudos e modelagens de protótipos físicos”, comenta Saville.
Em 2022 a startup recebeu investimento da In3Citi no Re-ciclo, com objetivo de criar uma modelagem escalável de um sistema de delivery da reciclagem. A iniciativa, que está em andamento, também conta com patrocínio do iFood e participação da Prefeitura de Fortaleza.
“Hoje no Brasil existe uma política nacional que as empresas geradoras de embalagem deve comprar a reciclagem de pelo menos 22% das embalagens que colocam no mercado. Por isso, as iniciativas lideradas pela Solos são fundamentais para que grande companhias passam se adequar a lei e tbm cumprir com seus compromissos de mitigação de emissões de CO2 e poluição”, finaliza.