O SoftBank Group registrou um lucro líquido de 2,5 trilhões de ienes (US$ 16,6 bilhões) no segundo trimestre, mais que o dobro do valor obtido no mesmo período do ano anterior. O resultado reflete diretamente o sucesso da OpenAI, criadora do ChatGPT, que se tornou o principal motor de valorização do portfólio do conglomerado japonês. As informações são da Reuters.
O desempenho reforça o “all in” do fundador Masayoshi Son na inteligência artificial, enquanto o grupo acelera sua estratégia de desinvestimento em participações tradicionais para financiar novas apostas no setor.
Entre as movimentações mais recentes, o SoftBank vendeu todas as ações que ainda detinha da Nvidia, levantando US$ 5,83 bilhões, e se desfez de parte da sua participação na T-Mobile por US$ 9,17 bilhões.
“Como o investimento na OpenAI é muito grande, utilizamos ativos existentes para financiar os novos aportes”, afirmou Yoshimitsu Goto, CFO do SoftBank.
OpenAI impulsiona lucros e marca nova fase de investimento
O SoftBank foi o principal líder da rodada de até US$ 40 bilhões da OpenAI, realizada em março, que avaliou a companhia em US$ 300 bilhões. Em outubro, o grupo voltou a reforçar a posição, adquirindo US$ 6,6 bilhões em ações de funcionários da startup, elevando a avaliação para US$ 500 bilhões.
O investimento total do SoftBank na OpenAI deve atingir US$ 34,7 bilhões até dezembro de 2025, segundo fontes próximas à operação.
O Vision Fund, braço de investimentos do grupo, reportou um ganho de 3,5 trilhões de ienes, dos quais 2,16 trilhões vieram apenas da valorização da OpenAI — resultado que marca o melhor trimestre do SoftBank desde 2022.
Venda da Nvidia e debate sobre “bolha da IA”
O movimento de venda total da participação na Nvidia sinaliza uma mudança de foco estratégica. Embora o SoftBank tenha sido um dos primeiros investidores da fabricante de chips, o grupo decidiu se reposicionar para reforçar sua exposição direta à IA generativa.
“Son é um investidor experiente. Se vendeu toda a posição, é porque não acredita que o preço das ações continue subindo no mesmo ritmo”, avalia Wong Kok Hoi, CEO da APS Asset Management.
Ainda assim, cresce entre analistas a preocupação de que o mercado esteja formando uma “bolha da IA”, com avaliações infladas por expectativas de crescimento que podem demorar a se concretizar.
Goto, porém, mantém a convicção: “O risco de não investir é muito maior do que o risco de investir.”
Captação agressiva para sustentar expansão
Para sustentar o novo ciclo de investimentos, o SoftBank vem captando recursos em ritmo acelerado. Desde abril, o grupo emitiu títulos em três moedas — somando o equivalente a US$ 6,2 bilhões — e contratou empréstimos-ponte de US$ 15 bilhões para operações com a OpenAI e a fabricante de chips Ampere.
O portfólio atual marca a volta do SoftBank às grandes apostas tecnológicas, movimento semelhante ao do início dos Vision Funds, em 2017 e 2019.
Embora o histórico de Masayoshi Son misture acertos — como o investimento no Alibaba — e fracassos notórios, como na WeWork, o bilionário japonês aposta que a inteligência artificial será o novo divisor de águas tecnológico.
“As grandes corporações estão apenas começando a entrar de forma ativa nesse mercado. A próxima onda da IA será impulsionada por elas — e o SoftBank quer estar no centro disso”, afirmou Son em recentes declarações.
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