* Por Ivanir França
A pandemia acelerou o consumo nos apps de delivery e marketplaces. Os números são imponentes e trazem com eles um traço novo de comportamento e, além disso, o perigo de possíveis fraudes digitais. Nos últimos meses, principalmente em SP, fraudadores causaram um prejuízo de R$ 600 mil, a partir do Golpe do Entregador.
Segundo o Procon, ao receber comida pelo app de delivery, o entregador dá ao consumidor uma máquina com o visor danificado – em que os dados não aparecem – e lança um valor bem superior ao correto.
Nesse caso, segundo Thiago Neves, especialista em segurança digital da Delivery Much, o lojista e o app não têm responsabilidades jurídicas. Segundo o profissional, a empresa terá responsabilidades em caso de o fraudador ter algum vínculo com a mesma. Porém, vamos combinar que para o cliente lesado, parte da culpa é do negócio e também do app ou do marketplace.
Os principais golpes da praça
O Golpe do Entregador é apenas um dentre os vários possíveis no universo digital. Neves destaca que entre os principais golpes estão a “cobrança na entrega”, onde, como citado acima, o fraudador se utiliza de uma máquina com o visor danificado ou uma máquina própria.
Outro golpe comum é o “pedido fake”. Neste caso, o fraudador realiza um pedido e escolhe o método de pagamento na entrega, muitas vezes esse pedido é de valor elevado e quando o estabelecimento tenta realizar a entrega, não localiza o endereço.
Como não cair em golpes
Para não cair em golpes, todos os envolvidos no processo devem tomar precauções. Thiago levanta alguns pontos de atenção para os usuários:
– Sempre verificar o valor pago na tela antes de inserir sua senha;
– Cadastrar a notificação de transações do cartão via SMS, pois isso permite identificar, mais rapidamente, uma cobrança em duplicidade ou até mesmo possíveis transações indevidas;
– Pagar em dinheiro ou pelo aplicativo (pagamento online): com isso, não haverá necessidade de intermediários na transação nem de nenhum acerto na entrega;
– Recuse efetuar o pagamento em dispositivos danificados.
Para os negócios, Neves defende que é preciso estar atento ao valor das compras efetuadas. “Ticket médio muito alto pode ser sinal de alerta”, explica. Ele aponta como dica aos estabelecimentos, buscar o histórico do cliente para evitar trotes, que podem acarretar em prejuízos maiores.
Outra forma eficaz está na habilitação do pagamento online. Isso minimiza as chances de fraudes, pois tanto o negócio quanto o app estarão construindo ações para evitar golpes. Além disso, se você compra ou tem uma loja online em marketplaces, é sempre aconselhável entender quais são as políticas de segurança da empresa e sempre conferir se o site é seguro.
E em caso de sofrer um golpe, seja você lojista ou cliente, busque as autoridades e as empresas para solucionar o problema. Já no caso de cartão clonado, o melhor caminho é bloqueá-lo imediatamente, mas lembre-se da dica de Neves: cadastre-se para receber notificações das transações.