O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) orientou 728 mil pequenos negócios ao longo de 2025 em ações voltadas à ampliação da presença digital e ao acesso ao comércio eletrônico. As iniciativas tiveram como foco capacitar micro e pequenos empreendedores para atuar em marketplaces como Mercado Livre, Amazon e Shopee, além do uso de ferramentas digitais voltadas a marketing e vendas, como Canva e TikTok.
Ao longo do ano, foram realizados 42 eventos presenciais em todos os estados brasileiros, com conteúdos voltados à inserção e à performance dos pequenos negócios no ambiente digital. Segundo o Sebrae, o objetivo das ações foi reduzir barreiras de acesso à tecnologia e apoiar empreendedores que ainda enfrentam dificuldades para operar canais online de venda. “Ajudamos o empreendedor a sanar dúvidas básicas e a perder o receio da tecnologia”, afirma William Almeida, gestor de Mercado Digital do Sebrae Nacional.
De acordo com dados da instituição, desde 2021 as iniciativas de capacitação e apoio ao comércio eletrônico resultaram na criação de mais de 18,5 mil novas lojas virtuais em marketplaces. “Além de capacitar, colocamos mais de 18.500 novas lojas para operar nesses canais. São vitrines virtuais que não existiam”, diz Almeida. Segundo o Sebrae, essas operações geraram um faturamento acumulado de R$ 841,4 milhões para pequenos negócios desde 2021.
O Sebrae destaca que a presença digital tem impacto direto no faturamento das empresas de menor porte. Entre 2019 e 2024, o volume de vendas online de pequenos negócios no país cresceu de R$ 5 bilhões para R$ 67 bilhões. Para Almeida, o resultado financeiro é um dos principais indicadores de sucesso das ações. “A criação dessas lojas virtuais gerou renda, ajudou a pagar contas e contribuiu para a geração de emprego na ponta”, afirma.
Apesar do avanço, a participação dos pequenos negócios ainda é considerada limitada diante do tamanho do mercado. Em 2024, o comércio eletrônico brasileiro movimentou R$ 225 bilhões, com crescimento de 14,6% em relação ao ano anterior e de 311% nos últimos cinco anos. Desde 2016, o volume total negociado no e-commerce no Brasil ultrapassou R$ 1 trilhão. “Existe um espaço relevante no comércio eletrônico que ainda pode ser ocupado pelos pequenos negócios”, afirma Almeida.
Além dos marketplaces, o Sebrae aponta outras formas de inserção digital, como a utilização do Perfil da Empresa no Google, que amplia a visibilidade em buscas locais. “Se o consumidor procura um restaurante no Maps, por exemplo, o pequeno negócio pode aparecer como opção desde que as informações estejam atualizadas”, explica Almeida.
A instituição oferece conteúdos gratuitos, consultorias e parcerias com plataformas digitais para apoiar o processo de digitalização. Segundo o Sebrae, em alguns casos há subsídio de até 90% do custo de ferramentas e soluções tecnológicas. “O e-commerce deixou de ser apenas uma tendência e passou a ser uma exigência do novo comportamento de consumo”, conclui o executivo.
Orientações para pequenos negócios
O Sebrae reúne algumas recomendações para empreendedores que desejam fortalecer sua atuação no ambiente digital:
Presença digital estruturada: investir em fotos de qualidade, descrições claras de produtos e serviços, atendimento ágil e políticas de troca e devolução bem definidas.
Análise de dados: acompanhar indicadores como faturamento, produtos mais vendidos, ticket médio, canais de maior conversão e sazonalidade das vendas.
Construção de reputação: manter boas avaliações em plataformas e redes sociais, com atenção à entrega no prazo e à experiência do cliente.
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