O Startupi acompanhou hoje a inauguração do segundo Fab Lab público da cidade de São Paulo, a unidade Olido Cibernarium, na Galeria Olido, localizada no centro da cidade. A primeira unidade da rede de laboratórios públicos de fabricação digital de São Paulo, Fab Lab Livre SP, foi inaugurada em dezembro, no Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes. Ao todo, quatro Fab Labs já estão em funcionamento na cidade, sendo dois ainda em fase de testes.
Os cursos oferecidos nos Fab Labs da prefeitura podem ser diários, semanais ou mensais, de acordo com a carga horária de cada um e a profundidade do tema a ser abordado no curso. “Aqui a gente faz qualquer coisa que se possa imaginar, desde robôs e engrenagens até anéis, basta desenhar e programar a máquina para fazer. É como se o filho estivesse aprendendo na oficina do pai. Se ele usar as máquinas e gostar dos resultados, ele pode fazer um curso mais longo e se aprofundar nas teorias”, afirma Douglas Alexandre, um dos coordenadores dos Fab Labs. Ele diz também que todos os softwares são livres, onde todos os protótipos são disponibilizados para que as pessoas possam baixar de casa gratuitamente e programar de qualquer lugar a mesma coisa que aprenderem nos cursos.
As aulas são completamente gratuitas e oferecidas para qualquer pessoa que tenha a partir de 10 anos. Os alunos começam cada curso aprendendo na prática com cada uma das máquinas disponíveis no laboratório. Quem já souber programar e utilizar as máquinas disponíveis, precisa apenas marcar um horário para a utilização dos equipamentos. “Nós temos em torno de sete máquinas disponíveis entre impressora 3D, fresadora de precisão, fresadora de grande porte, máquina de corte a laser, de corte de vinil, de termoformação a vácuo e scanner 3D, além de todas ferramentas de marcenaria que nos permitem produzir quase qualquer coisa que se possa imaginar”, explica Ricardo Elias Delgado, Coordenador da unidade Olido Cibernarium.
Em entrevista ao Startupi, Simão Pedro, Secretário municipal de São Paulo, afirma que o Fab Lab tem o potencial de formar profissionais em programação com as ferramentas disponíveis no espaço. “O objetivo da prefeitura é oferecer para a população equipamentos com tecnologia de ponta e capacitar os paulistanos com cursos gratuitos de robótica, por exemplo, que já é oferecido nos colégios mais caros da cidade”, acrescenta Simão.
De acordo com os planos no município, estarão disponíveis para a população três laboratórios públicos no centro da cidade e outros nove distribuídos por todas as regiões da cidade, principalmente na periferia.
“Nós utilizamos principalmente espaços que estavam ociosos na cidade. Pegamos os espaços já disponíveis e adaptamos estes locais, dotando de equipamentos”, explica o secretário. Segundo ele, o orçamento público utilizado na realização destes espaços foi de cerca de R$ 5,5 milhões, sendo R$ 2,5 milhões para manutenção dos espaços e R$ 3 milhões em equipamentos.
De acordo com João Cassino, Coordenador de Conectividade e Convergência Digital da Secretaria Municipal de Serviços da Prefeitura de São Paulo, os quatro laboratórios disponíveis em São Paulo já atenderam mais de 1.000 pessoas nos três meses de funcionamento. Cada uma das unidades tem capacidade para atender mensalmente cerca de 250 pessoas que queiram fazer cursos, mas para utilizar os equipamentos do Fab Lab, o número é indefinido, porque todas as pessoas podem frequentar o espaço e utilizar as ferramentas sem que necessariamente tenham feito um curso no local.
De acordo com o secretário Simão Pedro, a prefeitura pretende futuramente ampliar o número de Fab Labs da cidade, podendo se tornar a maior rede pública destes laboratórios do mundo. O programa de inclusão digital da cidade já conta com mais de 170 telecentros espalhados pela cidade, em que 50 ficam disponíveis nos CEUs da capital, e 120 praças paulistanas com wi-fi gratuito.