A prefeitura do Rio anunciou uma das medidas que compõem o plano de mitigação dos impactos das mudanças climáticas na cidade, a aceleração do reflorestamento em áreas de difícil acesso com uso de Inteligência Artificial e drones. A greentech Morfo é a responsável pela primeira dispersão de sementes de espécies nativas na Serra de Inhoaíba, zona oeste da capital.
O uso de drones semeadores faz parte das medidas de curto, médio e longo prazo que estão sendo adotadas pelo órgão público para minimizar os impactos das ondas de calor e para a ocorrência de eventos climáticos extremos. No começo desse ano, também na zona oeste da cidade, os termômetros registraram 60,1°C, maior temperatura em pelo menos uma década.
O local escolhido é estratégico para a manutenção e aumento da cobertura verde na cidade, uma vez que a presença de vegetação nativa ameniza os efeitos das ondas de calor, aumenta a absorção de água pelo solo e evita inundações e deslizamentos na região. Além disso, por serem extremamente inclinadas, a metodologia com sementes encapsuladas dispersadas por drones é uma opção mais segura que o plantio tradicional por precisar de uma equipe menor e que não requere subir as encostas.
Drones são aposta para dar velocidade ao reflorestamento no Rio
Na Serra de Inhoaíba, o drone será usado com a tecnologia da startup franco-brasileira Morfo, parceira da Prefeitura do Rio. A greentech dará suporte às equipes de campo do Refloresta Rio para melhorar a capacidade operacional e a velocidade do trabalho de reflorestamento. Isso porque uma equipe de duas pessoas e um drone pode replantar 100 vezes mais rápido um campo do que utilizando-se de métodos tradicionais.
A operação pode significar um valor até 5 vezes menor, não só pela rapidez de plantio, mas também porque o plantio com sementes evita a estruturação de um viveiro e sua manutenção por vários meses.
Ao longo dos próximos três anos, a startup fará a restauração completa em 30 hectares e o enriquecimento com espécies nativas da Mata Atlântica em outros 30 hectares. “O cuidado de restauração florestal na cidade vem sendo feito de forma excepcional nos últimos 40 anos, nossa proposta é unir forças para acelerar o trabalho e fazer frente, o quanto antes, às consequências das mudanças climáticas”, diz Grégory Maitre, CEO da Morfo no Brasil.
O trabalho incluirá o monitoramento das áreas reflorestadas, com fornecimento de dados de resultado de forma constante, transparente e de visualização simples em um dashboard personalizado. Possibilitando uma melhora nos processos de gestão, além de informar sobre cobertura vegetal, biodiversidade e estoque de carbono nos espaços reflorestados.
“Em um momento em que as temperaturas vêm batendo recordes na cidade, cada árvore conta e as áreas verdes são uma das medidas mais eficazes para combater o efeito das ondas de calor, além de controlar erosões, reduzir deslizamentos, fornecer sombra, aumentar a umidade do ar, diminuir a poluição, absorver carbono da atmosfera e contribuir para a biodiversidade e beleza cênica da cidade”, explica a secretária de Meio Ambiente e Clima, Eliana Cacique.
O plano de plantio é feito por inteligência artificial, que calcula as sementes serão plantadas em quais áreas, junto com quais espécies, a proporção de cada semente e a quantidade necessária para cada espaço, criando padrões de plantio complexos, que a própria Morfo chama de “plantação inteligente”.
Também serão realizadas ações de recuperação de mananciais e de proteção da fauna e flora nativas.
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