Retomando a série de colunas com breves comentários âDizem que, no mundo das startupsâ, peço licença para comentar rapidinho umas coisas do nosso mundo das startups no Brasil.
Venture capital: Paul Jozefak, da Neuhaus Partners, publicou uma série de boas e más notÃcias sobre o futuro do venture capital na Europa. Achei que muita coisa ali tem a ver com o mercado brasileiro. Você concorda? Discorda?
Botando em órbita: o governo (leia-se, os brasileiros) vai ter seu próprio satélite para uso do PNBL e do Ministério da Defesa. Na quinta-feira aconteceu no Rio de Janeiro o Congresso Latino-Americano de Satélites. A assessoria informa: “o secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Maximiliano Martinhão falou sobre o papel do satélite no Programa Nacional de Banda Larga (PNBL). Em agosto, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) licitou o primeiro direito de exploração de satélites no Brasil, no valor total de R$ 254,4 milhões. Isso vai permitir que quatro novos satélites brasileiros entrem em operação, cobrindo 100% do território nacional e dedicando parte da capacidade para atender o mercado brasileiro. Os direitos de exploração serão conferidos por 15 anos, prorrogáveis uma única vez. “O satélite deverá atender a 24,4 milhões de pessoas em áreas remotas e não aglomeradas. E chegará a 1.283 municÃpios. Enquanto a rede não chegar, vai por satélite, com envolvimento de empresas públicas e empresas privadas”, disse o secretário. Para ajudar no cumprimento da meta do PNBL, o governo vai construir um satélite próprio, que será usado também pelo Ministério da Defesa. Recursos para a construção do primeiro satélite, que deve custar cerca de R$ 700 milhões, já estão previstos na proposta de orçamento para o próximo ano.
Que bom isso, e que ruim isso: a notÃcia do satélite é boa porque vamos tê-lo, mas ruim porque só vamos tê-lo porque vai ficar na mão dos militares. Digo, do Ministério da Defesa. Bem, a Era da Informação e a Sociedade do Conhecimento não são coisas neutras ou do bem, mas sim contextos em que tanto a paz como a guerra (em todos os sentidos da palavra) é de base informacional, movida a tecnologia. Duvida? Há uns meses, durante o painel da Finep no Congresso da Abvcap, um empreendedor começou seu pitch falando que no último ano 200 aviões-caça (leia-se de guerra, não de caça esportiva) foram abatidos (derrubados, explodidos, atacados) no mundo todo por meio de invasão cracker! Por computador! Por comunicação! Não por pólvora ou laser Ok, põe isso em órbita logo, sobre na ultimate cloud que o mundo já está acreditando que a gente é rico poderoso.
Pesquisa cientÃfica e propriedade intelectual: além do programa PolÃtica Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que postei há uns dias e recebeu uma maravilhosa e diversificada chuva de comentários, parece que oConselho Nacional de Desenvolvimento CientÃfico e Tecnológico (CNPq) quer ampliar ações de inovação e extensão tecnológica para que o Brasil saia da posição 13 no ranking da produção cientÃfica mundial. Os números citados na matéria são interessantes, mas não achei isso no site oficial. O que descobri foi que o Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados debateu quarta-feira as causas do baixo Ãndice de conversão da pesquisa nacional em propriedade intelectual. Ou seja, não adianta publicação cientÃfica acadêmica se ela não virar patente, e se daà ela não virar produto, negócio, empresa. Não é? Tá bom, deputados, mas cadê o resultado da discussão? Quais são as conclusões? E o que vocês pretendem fazer frente a isso?
Procura-se pitch em vÃdeo: lembrem que segunda-feira é dia de publicarmos pitches em vÃdeo, portanto grave o seu e envie o link pra gente! Segue aqui uma lista de pitches recomendados por Jon Bischke, que já fundou algumas startups tecnológicas de educação e foi empreendedor residente na investidora Battery Ventures. (valeu pela dica, Felipe Lachowski).
Por hoje é isso! Muito obrigado pela companhia de vocês aqui no site, durante o dia eu vejo quantos estão lendo quais posts, e esse número vem aumentando. Obrigado também pela companhia nas outras mÃdias sociais (Twitter e Facebook), ou ainda email e Skype
Claro, obrigado especial para todos que comentam nos posts, que indicam assuntos e exemplos. E aos investidores que de vez em quando decidem ajudar os projetos do pessoal. Mas o agradecimento mais especial vai para os empreendedores, que fazem um mercado cada vez mais interessante.
Abraços, bom final de semana, até segunda-feira!