*Por Bruno Okamoto Ramos
Sempre fui Nerd, sou eu quem ajudo a família inteira com qualquer problema de tecnologia, do controle remoto ao computador no escritório do tio. Isso nunca foi um esforço, mas confesso que gostava quando alguém dizia: “Como você conseguiu isso?” Para mim era só um pouco de diversão. Pesquisar e resolver são os verbos do século na minha opinião, e durante a última edição da Campus Party, pude perceber com meus próprios olhos uma mudança clara de comportamento. Hoje os nerds querem resolver mais problemas do cotidiano, serem aceitos como são, independente de gênero ou credo e compartilhar suas experiências. Quem ganha com isso? O mundo, meus caros.
Há algum tempo você já deve estar ouvindo que estamos na era da disseminação em massa da informação. O que pude perceber lá é que esse tal “mosquito” transmissor do conhecimento, enfim contaminou a todos com o vírus “compartilhar”. Pouco tempo depois de ficar no stand da nossa startup, iniciei um paralelo quase que automático, como se eu não acreditasse no que meus olhos e ouvidos me diziam – até o momento em que me dei conta que sou mais um nerd nesse processo de transformação.
Com o tempo entendi que a única maneira de chegar ao que não está claro e ainda deixá-lo simples é com muito trabalho. Com o olhar atento, uma hora as oportunidades podem vir até você em algum dos 366 dias de 2016, por exemplo. Se vierem até mim um dia, estarei trabalhando. Nos outros 365 dias, sou eu quem vou em busca.
É evidente essa veia empreendedora pulsando a todo vapor nesse novo nerd – seja demonstrando soluções ou procurando por elas com alguém. A troca e o desejo de compartilhar experiências em prol de um sistema muito maior do que o formado por uma empresa virou a ordem do dia. A autoafirmação também se mostrou bastante evidente. Nerds das mais variadas culturas e gêneros se misturavam aos milhares. De nerds “gaymers” a grupo de feministas, essa necessidade de se expressar não vai contra aquele estereótipo que temos do nerd ser alguém extremamente inteligente, mas um tanto quando antissocial?
O nerd deixou de ser o que acreditei que eu era quando criança: um cara introvertido e sem jeito que gosta de estudar. Tenho muitos amigos nerds, na família, os de infância e na empresa, são mais de 6 mil outros colaboradores que juntaram-se a nós para justamente ajudar usuários com problemas relacionados a computadores, educando-os também para uma melhor utilização da tecnologia.
Conclui que ele pode ser qualquer um: homem, mulher, gordo, magra, sociável ou digamos, reservado. Posso dizer com toda certeza sobre o novo nerd, ele é muito mais do que um cara estranho no final da fila.
Bruno Ramos é Empreendedor apaixonado com profundo conhecimento em economia criativa. Foi Business Developer da Ebanx e executivo da Renault. Hoje é CEO da startup Encontre um Nerd.