O programa Corporate Venture in Action! chegou ao seu #12 episódio, com a presença de Frederico Pompeu, Sócio do BTG Pactual e Head do BoostLab, ministrado por Geraldo Santos, CEO do Startupi e Cassio Spina, Senior Director da ACE Cortex e patrocinado pela FCJ.
Pompeu abriu o bate-papo explicando exatamente o que faz o BoostLab. O grupo BTG Pactual criou um programa de potencialização, que gera valor para o banco, mas sem demandar que os negócios dessem uma parte deles para o programa.
Semestralmente, o BoostLab recebe inscrições de startups, que são filtradas junto ao time da ACE. São escolhidos 15 participantes para fazerem seus pitch para uma banca de sócios do BTG. Desses, são selecionados de 5 a 10 empresas para efetuarem o programa. Elas precisam ter sido fundadas por, pelo menos, dois sócios que trabalham full time job. Também devem trazer soluções que ajudem bancos, além de serem fintechs. Dentro do processo é feito um deepdive para entender suas dores e fortalezas, também fazem mentoria sobre marketing, vendas, produtos e fundraising. Depois é feito um Demo Day para apresentá-las para empreendedores e investidores.
O BoostLab é o contato para o ecossistema tech e qualquer empreendedor ou empresas de tecnologia que tenha interesse em tomar dívida, queira falar de investimento ou pensem em fazer um APO, podem procurar o programa. Além de ser a porta de entrada para se relacionarem com o banco. “Queremos ser o principal banco no ecossistema tech da América Latina. Como banco, queremos estar presentes em toda a cadeia de crescimento da startup. Somos um hub de negócios do BTG para empresas tech, vamos ajudá-las a terem ideias acessíveis, flexíveis e entender as suas dores”, explicou o Head do BoostLab.
BoostLab faz seu primeiro EXIT
Desde a criação, em 2018, 60 startups já passaram pelo BoostLab. Dessas, sete foram investidas pelo banco: A de Agro (antiga Agronow), Finpass, Pier, Spinet Bank (dona da Liber Capital), Celcoin, iClubs e Digesto.
Agora, o programa fez seu primeiro exit do portfólio, com a aquisição da Digesto – startup que tem o recurso de notificar formalmente se uma empresa está sendo processada, antes mesmo dela receber a informação – pela JusBrasil.
Durante o programa, Frederico explicou como foi o processo de investida até o momento de exit. A startup foi fundada há dez anos pelo advogado Tomás Camargo e pelo engenheiro Ricardo Cabral e chamou a atenção da BoostLab por trazer recursos para ajudar no momento da compra de uma empresa, porque conseguem buscar todo processo jurídico que aquela companhia já passou.
“Quando entramos na investida, começamos a participar do conselho e dar dicas na gestão dela, além usar não só como cliente, mas abrir portas para a startup”, explicou. Ele disse que a JusBrasil sentiu interesse pela startup e fez uma proposta que condizia com a ideia dos fundadores da Digesto. “Era uma proposta vantajosa na nossa opinião e na do empreendedor, então acabamos vendendo a nossa participação quase três vezes mais que o capital investido. Mas mais importante que isso é que continuamos tendo bastante respeito pelo empreendedor e pela empresa e vamos continuar usando os serviços deles no nosso grupo”, complementou.
Outro ato inovador
Pompeu contou que em 2019, Guilherme Pacheco, na época era fundador do Zoom, buscador de ofertas de preços, estava procurando o banco que estava fazendo o mandato de venda do Buscapé, porque tinha interesse na compra. Frederico perguntou como ele iria fazer essa compra e a resposta foi “o único jeito que o empreendedor tem para comprar alguém aqui, ou eu boto capital do meu ou eu capto dinheiro com outros investidores”.
O sócio do BTG Pactual percebeu a oportunidade que tinha em mãos e perguntou se não seria melhor fazer um leveraged buyout – transação onde um adquire o controle acionário da empresa e uma parcela significativa do pagamento é financiado através de dívida – uma vez que o banco fazia isso direto. “Nós nunca tínhamos feito na verdade, mas estava cheirando a oportunidade”, explicou. “Começamos a conversar, namoramos a ideia e nós fizemos provavelmente um dos primeiros leveraged no Brasil e financiamos a compra do Buscapé pelo Zoom”.
Este ano, foi fechado um acordo operacional que envolve, entre outros, a oferta de cashback pela Mosaico, por meio de carteiras e contas operadas pelo BTG Pactual, também seria desenvolvido um marketplace para o banco, com o objetivo de oferecer bens de consumo hoje vendidos pelo ecossistema da empresa. “Mais recentemente a gente viu tanta sinergia, tanta oportunidade que o Banco Pan, que é controlado pelo BTG também anunciou a compra de 100% do Grupo Mosaico, que ainda está em processo de aprovação “, finalizou.
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