* Por Yvon Gaillard
A Black Friday se tornou uma importante data para o varejo no Brasil. Com o aumento da digitalização das operações, diante da pandemia de Covid-19, quem não vendia de forma online precisou se adaptar e o e-commerce já existente, viu o número de vendas pelos canais digitais aumentar. Segundo dados publicados pelo Resultados Digitais, apenas no primeiro trimestre de 2021, as vendas online tiveram alta de 57,5% em relação ao mesmo período em 2020. Mas, para ter sucesso nos resultados e nas operações, é necessário se preparar, usando a tecnologia e automação de processos a favor do seu negócio.
Para apresentar dados e experiências sobre como preparar a equipe para oferecer uma boa experiência do início ao fim para o cliente, ter resultados positivos nas operações e estar em dia com o compliance fiscal, mediei um webinar realizado no último dia 28/9 com a participação de Gustavo Vedotti, da VTEX, e João Faleiros, do Magazine Luiza, que contaram mais sobre como as empresas – uma plataforma de comércio digital líder na América Latina, e uma das maiores varejistas do país, se preparam para o grande fluxo de vendas na data.
No encontro, fizemos um breve panorama sobre a Black Friday no Brasil, que é uma data relativamente nova para o varejo, com empreendedores se aperfeiçoando e avaliando sua importância, já que a cada ano há um crescimento exponencial nas vendas. As grandes varejistas, como o Magalu, começam a preparação para a data no início do ano, com estratégias que ficam mais massivas a partir de agosto, quatro meses antes do mês de novembro, o dia tão esperado para o varejo.
Antes, quando se falava sobre a data, as empresas priorizavam as vitrines e as estratégias para ter preços atrativos e converter em vendas. Mas, o Back Office tornou-se essencial, porque a partir do momento em que uma venda é realizada, a necessidade da vazão fiscal, faturamento e liberação da mercadoria também impactam na entrega do produto para o cliente, além do pós-venda, que necessita de suporte contábil e financeiro.
Por isso, ter processos definidos e automatizados é a chave para uma operação de sucesso, evitando erros humanos e ganhando escalabilidade. Ao fechar dezenas, centenas ou milhares de vendas – segundo Gustavo Vidotti, da VTEX, no primeiro dia da Black Friday em 2020, a plataforma recebeu 1,5 milhão de pedidos -, a automação de processos se torna uma mão na roda.
Para a área fiscal, a automação de processos emite guias de recolhimento de impostos (como oferece o software da Dootax), para liberar os produtos e deixar os colaboradores atuando em processos estratégicos, vindo de encontro com o manifesto da startup “menos braço, mais cérebro”, pois acreditamos que o ser humano tem que ficar focado na gestão na estratégica e na definição de processos ágeis para atender a necessidade do mercado e os robôs podem ficar com as tarefas manuais e repetitivas, principalmente na emissão de tributos.
Durante as operações que não contam com a tecnologia ao seu favor, vemos uma série de falhas que acabam impactando o “front” – um erro do Back Office acarreta na experiência do cliente, e é inacreditável a quantidade de custos ocultos, quando se tem atividades manuais envolvidas. Muitas empresas não conseguem mensurar o quanto de dinheiro está sendo perdido, quando não há automação de processos.
A Black Friday acaba sendo o momento de colher os frutos do que você vem plantando há algum tempo, de planejamento, de teste e de validação de tecnologia, que fazem toda diferença no dia a dia dos negócios.
Os departamentos fiscal e contas a pagar e receber, fazem parte do negócio, então é essencial serem vistos como operações estratégicas. Só para se ter um exemplo da importância de uma boa gestão na área fiscal: o custo tributário no varejo gira em aproximadamente a 40% de todo custo da operação, se você não avaliar essa porcentagem com importância, sua margem de vendas vai ser impactada, assim como seu fluxo de caixa tendo custos e despesas não previstas. Quanto mais você conseguir automatizar e reduzir os custos ocultos e ineficiências do processo, mais resultados você irá trazer para a operação.
Yvon Gaillard é economista, pós-graduado em direito tributário pela FAAP e com MBA em gestão empresarial. Atua há mais de 13 anos com tecnologias para soluções financeiras.É um dos fundadores da Flux-IT e da Dootax, considerada uma das startups mais promissoras do ecossistema brasileiro.