Durante o Startup Summit 2024, foi apresentado o novo Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, uma iniciativa do governo que visa impulsionar a tecnologia e a inovação no Brasil. O plano, entregue ao Presidente da República no início de agosto e anunciado na quinta Conferência Nacional de Ciências e Tecnologia em Brasília, resulta de um esforço colaborativo de quatro meses envolvendo acadêmicos, setor público, grandes empresas, pequenas e médias empresas, e startups.
O Luiz Fernandes, secretário do Ministério da Ciência e Tecnologia, responsável pela apresentação do plano destacou a importância desta iniciativa, afirmando: “O Plano Brasileiro de Inteligência Artificial não é apenas um documento estratégico, mas um reflexo do compromisso do Brasil com a inovação e a tecnologia. Nossa missão é criar um ambiente propício para o desenvolvimento de soluções de Inteligência Artificial que atendam às necessidades do governo e da sociedade.”
O plano é ambicioso e propõe um conjunto de ações estruturantes para os próximos cinco anos, abrangendo desde o apoio ao setor acadêmico e industrial até a implementação de soluções tecnológicas. O secretário detalhou: “Vamos implementar editais para startups e lançar iniciativas que visem resolver problemas concretos enfrentados pelo governo. Queremos garantir que cada ação do plano tenha um impacto direto na melhoria dos serviços públicos e na vida dos cidadãos.”
Entre as ações destacadas, o plano prevê a ampliação dos investimentos em infraestrutura tecnológica e a capacitação de recursos humanos. Dados do Censo Tecnológico 2024 apontam que o Brasil possui atualmente 1,8 milhão de profissionais de tecnologia, com uma demanda crescente por especialistas em Inteligência Artificial. “Acreditamos que a educação e a capacitação são fundamentais para a construção de um ecossistema de Inteligência Artificial robusto. Precisamos preparar nossos talentos para os desafios do futuro,” ressaltou o secretário.
A perspectiva da Microsoft também foi abordada durante o evento. Ronan Damasco, da Microsoft, comentou sobre o avanço digital do Brasil: “O Brasil está bem posicionado em termos de governo digital, ocupando o segundo lugar no índice de maturidade desenvolvido pelo Banco Mundial. Estamos colaborando estreitamente com o governo para democratizar o acesso à Inteligência Artificial e garantir que a tecnologia seja usada para resolver problemas reais, como o monitoramento do desmatamento na Amazônia.”
O plano visa transformar o cenário tecnológico do país, promovendo a criação de soluções inovadoras e inclusivas. Dados recentes mostram que o mercado de Inteligência Artificial no Brasil deve crescer a uma taxa anual de 28% até 2027, atingindo um valor de R$ 15 bilhões. Como concluiu o secretário: “Nosso objetivo é fortalecer a posição do Brasil no cenário global de tecnologia e assegurar que a Inteligência Artificial beneficie toda a sociedade de forma ética e responsável.”
Investimentos previstos
O Plano vai investir R$ 23,03 bilhões para impulsionar a tecnologia de IA no Brasil. Esse valor será distribuído em várias áreas. Serão destinados R$ 435,04 milhões para ações imediatas, e R$ 5,79 bilhões para a construção de infraestrutura e desenvolvimento de IA. Outros R$ 1,15 bilhões vão para treinamentos e capacitação em inteligência artificial, enquanto R$ 1,76 bilhão será usado para melhorar os serviços públicos com a tecnologia. A maior parte, R$ 13,79 bilhões, será focada em inovação nas empresas. Para regulamentação e governança da IA, está previsto um investimento de R$ 103,25 milhões.
Esses investimentos virão de várias fontes: R$ 1,06 bilhões do setor privado, R$ 0,43 bilhão de estatais e R$ 0,36 bilhão de outras origens. O Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) não reembolsável contribuirá com R$ 5,57 bilhões, e créditos de instituições como FNDCT/FINEP e BNDES somarão R$ 12,72 bilhões. Além disso, a Lei Orçamentária Anual (LOA), excluindo o FNDCT não reembolsável, aportará R$ 2,90 bilhões. É importante ressaltar que esses valores são estimativas e ainda precisam ser confirmados nos orçamentos anuais.
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