Por Bruna Galati
No primeiro semestre de 2022, o investimento via crowdfunding – que tende a ser o caminho pelo qual a pessoa física investe em startups – movimentou R$ 145 milhões, segundo Efund, plataforma de equity crowdfunding. O investimento em startups feito por pessoas físicas tem grande potencial de crescimento e muito há que ser explorado.
Pensando nisso, o “How to…” desta semana é voltado para pessoas que querem investir em startups, mas ainda têm dúvidas para iniciar. Para sanar as dificuldades, o Startupi conversou com Zé Seleme, Head de Operações da Platta Investimentos.
Primeiro é importante saber quais são os meios pelo qual uma pessoa física pode investir em startups e são eles:
Investimento-anjo
Investimento efetuado por pessoas físicas com capital próprio em startups apresentando as seguintes características: o investidor-anjo geralmente é um empresário ou empreendedor que já trilhou uma carreira de sucesso, acumulando recursos suficientes para alocar uma parte para investir em novas empresas e também apoiá-las com conhecimento, contatos e crescimento do negócio, conhecido como smart money.
Grupos de investidores-anjo
Seria o mesmo conceito do investimento-anjo, mas feito coletivamente para diversificar o portfólio. O valor do investimento é dividido, o que permite que o investidor-anjo não direcione todo seu capital para uma startup e consiga aportar em mais negócios.
Equity crowdfunding
É um mecanismo que oferece oportunidades inéditas de investimento online em startups, com modelos de participação na startup (equity) ou até mesmo dívida, dependendo da plataforma, que, no futuro, podem ser convertidas em participação societária (equity) da empresa. Os aportes têm valores menores, sendo uma modalidade mais acessível de investimento.
“Lembrando que o investimento de pessoas físicas é realizado em startups em estágio inicial e em desenvolvimento, por demandarem quantidades de recursos que pessoas físicas, ou grupos, conseguem aportar. Quanto mais madura e mais recursos a startup demandar, mais estratégicas ficam as rodadas de captação e mais direcionadas para fundos e pessoas jurídicas”, explica Seleme.
O segundo passo é entender de onde o recurso de investimento será retirado. O investimento em startup é uma modalidade de investimento de alto risco com potencial de alto retorno. Ou seja, não comprometer recursos necessários para as despesas fundamentais de cada um. “Para investir, independente do formato de investimento, a pessoa precisa ter disciplina. É importante separar todo mês dos seus ganhos uma parte para fazer o aporte. Assim, o dinheiro direcionado para outras despesas não ficará prejudicado”, lembra Zé.
O valor mínimo a ser investido dependerá da modalidade escolhida (anjo, grupo de investidores ou crowdfunding), mas segundo o head de operações, existem opções para todos os bolsos. “Muitas plataformas de equity crowdfunding oferecem possibilidades de investir em startups de grande potencial a partir de mil reais, inclusive a Platta. Já os investimentos-anjo costumam ter valores maiores, a partir de R$ 50 mil.”
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O que é preciso saber antes de investir?
Zé Seleme reforça que investir em startups é um investimento de alto risco, pela natureza desse negócio ser construída e validada em um cenário de extrema incerteza. “Os riscos são altos e caso a startup não prospere, a pessoa física pode perder todo seu investimento. No entanto, o potencial de retorno é diretamente proporcional.”
É necessário entender também que o retorno é de médio a longo prazo, por conta das startups estarem em processo de construção do seu negócio e ainda não terem capacidade de gerar lucros para distribuir dividendos. “Portanto, a aposta é no crescimento do negócio para ter ganhos no futuro, com a venda da participação adquirida com uma boa valorização”, comenta. Não invista pensando que o retorno será no curto prazo, principalmente pela baixa liquidez desse tipo de ativo.
Além do recurso, as startups em estágio inicial – que estão em processo de estruturação – precisam de apoio com know-how (conhecimento de normas, métodos e procedimentos em atividades profissionais) e contatos para o crescimento do negócio. Com isso, faz sentido que a pessoa física procure investir em startups de segmentos no qual possua conhecimento e conexões para auxiliar no desenvolvimento da empresa.
“É do interesse do investidor que a startup se desenvolva, porque assim seu investimento será valorizado e ele receberá o ganho desejado com a possível venda desse negócio no futuro”, diz Zé Seleme.
O Head de Operações da Platta Investimentos complementa dizendo que é interessante no início investir em conjunto com pessoas mais experientes, para aprender e se familiarizar com o meio, além de diminuir o risco do investimento.
A possibilidade do investimento dar errado é menor porque grupos de investidores-anjo ou investimentos via plataforma de equity crowdfunding, como é o caso da Platta, possuem experiência para avaliar negócios e oferecer boas oportunidades de investimento. “Além disso, investir de forma coletiva permite que o investimento seja diversificado em mais de uma startup, aumentando as chances de retorno financeiro”.
Por que investir em startup?
Zé Seleme explica que apesar do investimento em startups ser de alto risco, é também de alto retorno. Investir em negócios tem as maiores taxas de retorno do mercado, e investir em negócios em estágios iniciais e com potencial de crescimento exponencial, como as startups, aumenta a possibilidade de um retorno financeiro.
“Além disso, por serem negócios em estágio inicial, é possível ter contato direto com os fundadores e contribuir de forma ativa com o crescimento da startup, através do seu conhecimento e rede de contatos.”
Para Seleme, o investimento em startups é também um investimento no crescimento econômico do Brasil. Startups são formadas por empreendedores apaixonados que buscam inovar e desenvolver soluções viáveis que atendam às diversas necessidades da sociedade, mas nem sempre eles conseguem acesso ao capital para apoiar a modelagem e validação do seu negócio.
“Por isso, investir em startups é uma forma de apoiá-los no desenvolvimento e oferta de suas soluções em cenários de extrema incerteza, trazendo produtos inovadores para a sociedade e gerando emprego, renda e crescimento econômico”, completa Zé.
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