A Palenca, liderada por Luiz Felipe Bolonhez, ex-BTG e Santander, quer fincar raízes na liderança de mercado na América Latina. Fundamentada no conceito de Open Finance, a startup conecta companhias aos dados de emprego de trabalhadores, buscando construir um sistema financeiro mais inclusivo. Na prática, a Palenca valida dados de emprego e renda para ajudar com que fintechs e bancos possam ofertar crédito de forma mais assertiva.
Luiz Felipe, Head de Growth da startup, destaca a essência do Open Finance, onde a propriedade dos dados financeiros migra dos intermediários para os usuários. Nesse contexto, a empresa concentra seus esforços em integrar dados de emprego, provenientes de diversas fontes, sejam eles sistemas governamentais, processadores de folha de pagamento, marketplaces de serviços ou qualquer outra plataforma que consolide as informações de renda dos trabalhadores, e entregar a bancos e fintechs.
Palenca foca na agilidade para analisar dados
Ao falar sobre os desafios enfrentados na integração de dados dinâmicos de aplicativos como Uber, 99, iFood e Rappi, ele ressalta a importância da agilidade da equipe técnica. Ele enfatiza que a terceirização para empresas especializadas é uma abordagem natural para garantir a estabilidade dessas integrações, visto que as plataformas estão em constante evolução. “O foco passa a ser o principal componente do sucesso: Players que desejam consumir esses dados mas que não possuem essas integrações como core do seu negócio/expertise, provavelmente irão abandoná-las quando descobrirem o trabalho em mantê-las ativas”, diz.
Sobre o impacto das integrações na vida financeira de trabalhadores autônomos, Luiz destaca a população de aproximadamente 2 milhões de pessoas que operam fora do tradicional regime CLT. “Os bureaus de crédito, tradicionais fornecedores de produtos de renda estimada ao mercado, têm muita dificuldade em presumir os ganhos dessa classe, o que acaba por desvalorizá-la substancialmente”, diz. Ele explica que, ao fornecer dados confiáveis, a Palenca possibilita a esses trabalhadores um acesso mais facilitado ao crédito, muitas vezes inacessível devido à natureza oscilante de seus ganhos.
Quanto à escolha estratégica da Palenca em integrar a Carteira de Trabalho Digital, o executivo destaca a amplitude da plataforma, cobrindo os 43 milhões de trabalhadores formais no Brasil. Essa decisão visa oferecer dados precisos sobre emprego, permitindo que instituições financeiras avaliem riscos de forma mais precisa e ofereçam produtos com maior segurança. Falando sobre os benefícios para bancos e fintechs ao terem acesso aos dados dos 43 milhões de CLTs ativos no Brasil, ele aponta que a verificação de renda se torna menos desafiadora. Ele destaca que, com a Carteira de Trabalho Digital, as instituições podem fechar negócios mais alinhados ao perfil de risco, otimizando operações.
Avaliação de dados de MEIs e autônomos
Embora o regime CLT seja ainda o mais comum no Brasil, outra classe de trabalhadores está em constante crescimento. Ao abordar os planos de expansão para MEIs e revendedoras por catálogo, Luiz Felipe revela que a Palenca planeja cobrir os dados de renda dos MEIs por meio de uma nova integração governamental. Para as revendedoras de catálogo, a estratégia será semelhante à adotada para a Gig Economy, integrando diretamente as plataformas empregadoras como Avon, Jequiti e Natura.
“Cada tipo de emprego possui suas particularidades que precisam ser estudadas e o grande desafio é entender quais métricas são relevantes e podem ser incluídas na entrega da Palenca”, diz Luiz, que enfatiza que métricas relevantes variam, desde o número total de viagens para gig workers até a qualidade dos empregadores e tempos de contrato para CLTs.
O potencial para inclusão financeira é alto. Um número do Banco Central que dá a dimensão do tamanho do mercado que pode ser impactado por uma tecnologia mais eficiente na concessão de crédito aponta que o estoque de crédito para pessoas físicas em setembro de 2023 ficou em R$ 3,4 trilhões. Para Luiz, isso mostra que dados de renda confiáveis têm o poder de destravar uma gama de produtos financeiros para todos os tipos de trabalhadores.
Sobre os próximos passos e objetivos de expansão, Bolonhez revela que a Palenca busca democratizar o crédito para 300 milhões de trabalhadores na América Latina. Em 2024, a empresa pretende expandir sua equipe e carteira de clientes, avaliando inclusive o lançamento de um escritório na Colômbia, país com grande interesse na solução da Palenca.
“Cada vez mais, possuímos a tecnologia e o arcabouço regulatório necessários para impactar de forma ainda mais profunda o sistema financeiro. Nós queremos ser um grande enabler tecnológico do mercado, trazendo mais confiança para as instituições e consequentemente mais acesso e termos mais justos aos trabalhadores”, completa Luiz.
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