* Por Marco Zolet
O ano de 2020 foi atípico, assolado por uma pandemia global que de alguma maneira, afetou todos os setores. Um dos consensos é de que as circunstâncias contribuíram para acelerar a transformação digital das empresas e dos lares brasileiros. Home office, estudo online, telemedicina, compras pela internet, todos esses aspectos acumularam ao longo de 2020 avanços que só seriam alcançados em três, cinco ou até dez anos.
Falando da minha área, a crise sanitária deixou mais visível do que nunca o quão os supermercados são importantes para a população. Essenciais, não fecharam em nenhum momento e em sua maioria se adaptaram para atender à demanda do consumidor. Itens frescos, por exemplo, subiram ao topo das listas de compras, bem como itens de higiene e limpeza. Em 2020, o setor como um todo teve um grande aprendizado frente ao cenário de pandemia, desde a forma de ajustar a operação rapidamente ao entendimento dos principais gargalos no processo.
Mas o que podemos tirar de aprendizado para o ano que começa? Ainda que existam muitas incertezas em relação à pandemia, há bons indícios de que a economia brasileira pode voltar a crescer. O setor supermercadista, um dos maiores do varejo e reconhecidamente um dos mais analógicos, sofreu avanços em tempo recorde. A transformação digital deixou de ser uma opção – tornou-se uma questão de sobrevivência.
As empresas precisaram se reinventar completamente, com olhar mais estratégico do que nunca, enfoque operacional e tecnológico. Agora o momento é de consolidação do setor. As pessoas que pela primeira vez fizeram suas compras online tiveram a experiência de comodidade, praticidade e conforto. É um caminho sem volta.
A pandemia reforçou a necessidade de adaptação à tecnologia por parte das pessoas, dos profissionais e das corporações. E o isolamento prolongado mudou o comportamento do consumidor para sempre. Nos primeiros sete meses do ano, nossa plataforma registrou um crescimento de 917% no número de usuários com 60 anos ou mais.
Esse grupo já representa cerca de 15% das pessoas que compram no aplicativo. E o que devemos ver agora é um movimento pelo aprimoramento do CRM, oferecendo cada vez mais ofertas exclusivas e personalizadas para cada usuário, seja qual for sua faixa etária ou interesse.
É claro que as lojas físicas não vão acabar, mas não basta somente migrar a operação para canais digitais. É preciso mudar sim, mas com foco em como os desenvolvimentos tecnológicos podem ajudar a expandir os novos modelos de negócio. Parceiros já consolidados, como o Supermercado Now, devem ganhar ainda mais relevância como um facilitador do setor.
É realmente complexo fazer previsões do futuro, mas acredito que teremos uma solidificação do varejo online, principalmente de quem pode oferecer serviços de conveniência. Uma das tendências para 2021 será, com certeza, a otimização do tempo, a busca por praticidade e maior proximidade com os familiares dentro de casa.
Assim, parcerias estratégicas e alinhamento aos desejos dos clientes ajudarão os varejistas a surfar na onda do crescimento e consolidar sua posição no mercado virtual. Como falei anteriormente, o segmento de supermercados no Brasil é hoje um dos maiores do varejo e, certamente, um dos que têm maior potencial para crescimento no ano que começa.