Publico textos enviados pelo Edmilton Neves e pelo Roberto Fermino sobre o evento The Developer’s Conference, que aconteceu no final de semana passado em São Paulo/SP.
Resenha do Roberto Fermino
“O The Developer’s Conference – TDC2010 que ocorreu em 20/21/22.08 foi um evento feito por desenvolvedores para desenvolvedores, o que significa que foi bem focado em seu público, fato comprovado pelas 13 trilhas existentes.
Na prática, cada trilha foi um evento independente que permite ao desenvolvedor entrar em contato como todas as tendências do seu nicho. Houve oportunidade para assistir sobre outros assuntos na trilha Stadium, que foi um “mosaico” de todo o TDC2010 – esta foi a trilha transmitida ao vivo. Outra característica importante do evento é a facilidade de desenvolver o networking, contando até com reserva de horário na grade para as confraternizações.
As pessoas que palestraram são profissionais gabaritados que transmitem o conhecimento da prática, sendo uma ótima oportunidade para o pessoal Júnior e Pleno receber conselhos e “atalhos”. Não entrarei em detalhes dos conteúdos de cada trilha – aos interessados, recomendo: entrar no site do evento, ver a programação, pegar os nomes dos palestrantes, seguir a galera no Twitter e frequentar os fóruns específicos das áreas de interesse.
Destaco trás das principais características comuns às trilhas:
- 1) Produtividade: A todo momento falou-se em ferramentas que auxiliam no do dia-a-dia para aumentar a rapidez na entrega dos resultados.
- 2) Qualidade do produto: Há um interesse crescente em avaliar e certificar a qualidade dos produtos, tanto que a trilha de “Testes” foi a que teve mais inscritos na sexta (20.08).
- 3) Alinhamento aos interesses do cliente: Os desenvolvedores estão com os pés no chão, focados em atender às necessidades de mercado. Preferem entregar o trabalho em etapas para que o produto final seja o mais próximo das expectativas do cliente.
Este foi um apanhado do TDC2010. Qualquer dúvida pode perguntar no Twitter, terei prazer em ajudar.
Abraços,
@RobertoFermino“
Resenha do Edmilton Neves
“Sobre o evento
Um evento surpreendente, tanto pela organização quanto pela infra-estrutura e tudo isso por R$ 20,00*. Eventos de TI deste porte não costumam ser tão acessíveis assim. Somente com muita criatividade e espírito empreendedor é possível organizar um evento desta plenitude. Parabéns à organização de Vinicius e Yara Senger, além de toda equipe de colaboradores, palestrantes e coordenadores.
O evento realmente é global, conta com um total de 13 trilhas (cada trilha é praticamente um evento diferente), cada uma abordando um tema. Cada trilha tem as palestras relacionadas com o assunto tema da Trilha em sua sala específica e algumas palestras foram selecionadas para serem apresentadas no auditório (Trilha Stadium) com transmissão ao vivo pela internet. O clima durante o evento é muito legal, desenvolvedores de diversas linguagens no mesmo ambiente conversando sobre tecnologia, melhores práticas, mercado e muito mais.
Fiz minha programação para assistir as trilhas de Testes, NoSQL e Agile (sexta, sábado e domingo respectivamente).
Sexta-feira
Acompanhando a trilha de testes, coordenada por Jorge Diz – autoridade no assunto – pude notar que é difícil desenvolver software hoje em dia contando apenas com testes manuais.
Existem várias ferramentas disponíveis para automatizar os testes. Lembrando que automatizar os testes não significa substituir os profissionais de testes por ferramentas, pelo contrário, a carreira de testes está em plena ascensão e o mercado está carente de profissionais desta área.
A cultura do TDD (Test Driven Development) e BDD (Behavior Driven Development) é bem aceita entre os desenvolvedores de algumas linguagens como Ruby por exemplo, mas Igor Abade em sua palestra nos mostrou um pouco da ferramenta que a Microsoft traz ao mercado, o Microsoft Test Manager que funciona junto com o Team Foundation Server, que mostra uma integração muito legal entre desenvolvedores e testadores. Existem algumas ferramentas como Selenium, Watir e Fitnesse muito utilizadas pela comunidade para a realização de testes automatizados.
Foi falado também sobre a carreira de testes e quão carente o mercado está de profissionais qualificados. Existem dois perfis de “Testers”, aqueles que já começam como testadores e aqueles mais técnicos que migram da área de programação para a área de testes.
Mais tarde tive o prazer de acompanhar o “lado B”, que são atividades extras acontecendo em paralelo às palestras, nesta ocasião, assisti os desenvolvedores Vinicius Quaiato, Felipe Rodrigues e Paulo Fernandes criarem uma pequena aplicação (http://feedy.heroku.com) para coleta de feedback pelo Twitter, separando os tweets com a hashtag #TDC2010 em post-its amarelos em caso de comentário positivo e em post-its vermelhos em caso de comentário negativo. A aplicação foi desenvolvida em aproximadamente 3 horas, utilizando TDD, Rails 3 e MongoDB.
Sábado
Acompanhei duas palestras da trilha NoSQL coordenada por Alexandre Porcelli, para quem não conhece, é um movimento que estuda a utilização de bancos de dados não relacionais para armazenamento de dados, principalmente em aplicações web com grande volume de dados. A sigla é de Not Only SQL (ao contrário de Not SQL – como muitos pensam).
Mauricio De Diana falou muito bem sobre a necessidade de avaliar as opções disponíveis antes de optar por um banco de dados relacional ou por um banco de dados NoSQL. Acredita-se que os bancos de dados relacionais não serão extintos, mas com o surgimento dos NoSQL, ganhamos com a possibilidade de usar a solução mais eficaz de acordo com o problema apresentado. Existem casos em que um banco de dados relacional resolve muito bem o problema e existem casos que um banco de dados NoSQL resolve muito bem o problema. Daí a importância de avaliar muito bem as opções disponíveis.
John D. Rowell apresentou algumas opções de bancos de dados NoSQL, como Redis, MongoDB e Riak, assim como exemplos de casos de uso, pontos fortes e pontos fracos de cada um destes.
A última palestra que pude assistir foi a de José Valim sobre Rails* 3. Valim é membro do team core do Rails. Ele apresentou algumas novas funcionalidades do Rails 3 comparando-as com o Rails 2.2, que acredito que seja a versão mais popular do Rails pois foi através dela que muita gente teve seu primeiro contato com o este framework. O Rails 3 teve algumas implementações que respeitam ainda mais a filosofia DRY (don’t repeat yourself), o framework está indo para um caminho agnóstico, isto dá mais liberdade para o desenvolvedor, como por exemplo utilizar seu framework JavaScript de preferência. Particularmente acredito muito no Rails e na cultura ágil que os desenvolvedores Ruby têm.
Este é o meu resumo, não sou expert em nenhuma das áreas acima mas gostaria de compartilhá-lo com vocês.
* Valor por cada trilha. Participando de qualquer trilha o congressista tem direito a assistir as palestras da trilha Stadium, realizadas no auditório.
** Ruby On Rails (ou somente Rails) é um framework de desenvolvimento de aplicações web que está ganhando seu espaço no mercado.