Por Bruna Galati
O conceito de open innovation, ou inovação aberta, modelo de negócios que busca inovações em parceria com organizações externas à empresa, está presente em 88% das companhias no Brasil, segundo o estudo “O Panorama da Inovação Aberta nas Empresas do Brasil” elaborado pela organização social Softex.
Embora a porcentagem seja alta, ainda há como aumentá-la. A adoção dessa estratégia irá acontecer a partir do momento que as corporações entenderem a sua importância. Para isso, o “How to” dessa semana é com Flavio Pripas, Chief Strategy Officer (CSO) da Digibee, que tira dúvidas sobre o assunto.
Afinal, o que é inovação aberta?
Segundo Pripas, é olhar para além dos muros de uma corporação tradicional e trazer algum ganho para dentro de casa, seja em produtos, em processos ou no modelo de negócios. “O mundo está se transformando cada vez mais rápido e é absolutamente impossível uma empresa conseguir resolver todos os seus problemas e desafios com recursos internos, por isso o olhar externo é fundamental.”
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Como implementar a inovação aberta?
A implementação da inovação aberta pode acontecer de forma gradual e o primeiro passo é mapear seus problemas e desafios, depois é necessário encontrar startups que tenham soluções para eles ou que complementam seus produtos. “Pode começar com um projeto pequeno e piloto que vai crescendo ao longo do tempo”, explica Pripas.
O treinamento de colaboradores também é essencial para que exista capacitação para competências como intraempreendedorismo e metodologias ágeis, o que gera eficiência e crescimento do negócio. O benefício é o aumento da produtividade ao mudar a mentalidade do time em processos e tarefas. Outra opção é implementar palestras na empresa para falar de novos assuntos, como por exemplo Inteligência Artificial que é um tópico do momento.
O executivo também indica a presença dos fundadores em eventos do ecossistema de inovação para se inteirarem do que acontece no mercado e conhecerem quais são as soluções disponíveis para compor a corporação. “Eles podem até conhecer startups que não estejam envolvidas com o core da empresa, mas vão criando o hábito de uma cultura com inovação e se educando com o que acontece fora de casa.”
“São várias as possibilidades de iniciativas para que empresas comecem a se engajar em processos de inovação aberta. E no final das contas, não vai ser uma iniciativa que vai entregar respostas que a empresa precisa, vai ser um conjunto de iniciativas.”
Essa estratégia de inovação aberta se torna uma via de mão dupla, porque a empresa aproveita do conhecimento que é produzido externamente, utilizando-os no desenvolvimento ou melhoria de produtos e serviços e a startup fica conhecida no mercado, possibilitando o surgimento de novos clientes.
Por que implementar a inovação aberta?
O motivo pelo qual a empresa busca inovação aberta pode ser dividido em várias frentes, como a busca de uma mudança de mindset e cultura de seus colaboradores para que pensem em inovação e tragam ganhos para os processos já existentes na corporação; a empresa pode optar pela inovação aberta para melhorar a imagem dela;
Pode ser para testar e experimentar novos modelos de negócio, ou até mesmo para vender produtos que hoje são vendidos de forma tradicional. Essa estratégia permite uma redução de tempo entre o desenvolvimento do produto e a comercialização e a redução de custos em diversas etapas do processo; entre outros benefícios.
“Saber os objetivos que a empresa quer alcançar através da inovação aberta é um dos passos mais importantes para que não exista frustração em todo esse engajamento”, explica Pripas.
Startups na inovação aberta
Flavio Pripas recomenda sempre que as startups participem dos processos de inovação aberta de grandes corporações, uma vez que o mais importante de uma startup é conquistar novos clientes para mudar de patamar, muito além das acelerações, mentorias e investimentos. Ao se relacionar com uma grande empresa, o empreendedor estará abrindo seu leque de possibilidades para novas corporações se interessarem pelo seu produto.
Por fim, Pripas lembra que o empreendedor precisa prestar atenção em um ponto importante: não mudar sua trajetória para satisfazer uma chamada de inovação aberta de alguma empresa, porque isso não é escalável. “O empreendedor não pode desenvolver um produto para responder aquele processo de inovação aberta da empresa. Se a chamada do processo tem as características do seu produto, aí sim se inscreva e participe”, completa.
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