A Campus Party 2014 terminou no dia 2 e até já se fala em expectativas para a versão 2015 do evento. Mas para ter uma ideia melhor de tudo, fizemos uma pesquisa com as startups que participaram do evento no Startup & Makers para saber o que de melhor (e pior) os empreendedores tiraram de lá e fazemos agora um balanço sobre o que precisa melhorar e o que já é bom.
Apenas 42 startups participaram do questionário digital. A identificação não era obrigatória. O questionário apontou que a maioria dos participantes estava no evento pela primeira vez. Quase a metade das respostas –17 das 42 respostas obtidas–, contaram que membros das startups já participaram como campuseiros ou na Open Campus (área de livre acesso).
Mais da metade das respostas apontaram que o melhor do evento é o networking que ele proporciona com outras empresas, clientes e investidores. Esse também é o aspecto apontado como maior diferença que o evento fez nas empresas. A TraktoPRO, por exemplo, destaca que aproveitou o evento para lançar seu produto. Segundo eles, em 48 horas conseguiram 500 downloads e isso tem a ver com o tipo de divulgação que o evento traz.
Ao serem perguntados se o evento era melhor ou pior que outros eventos do tipo, apenas 13 startups disseram que era melhor. Algumas não tinham participado de outros eventos, e outras, como a Frequento, ressaltou que no geral foi pior que outros encontros de networking de startups, meetups como a BR New Tech. A Y+B Digital Content dá a Campus Party o prêmio e explica: “Já participamos de uma exposição nos mesmos moldes em outro Estado e não tivemos nem um décimo das oportunidades que apareceram no S&M [Startup & Makers].”
Dentre os problemas apontados, as maiores reclamações vão para calor, falta de segurança e problemas com internet. O calor é unânime. Seja para quem estava na Campus Party, mas também para quem está em São Paulo e, bem, no Brasil. Segurança veio como um problema a parte. Alguns participantes do S&M foram roubados. Notebooks e tablets foram levados. A impressão causada nos participantes foi bem ruim, evidentemente. Sete startups fizeram críticas contundentes nesse tópico.
A Campus Party é conhecida como um evento com megavelocidade de internet, então é natural o horror que a falta de internet causou em alguns participantes. Além dos cabos disponibilizados para internet rápida, uma rede sem fio também foi prometida, mas não funcionou no primeiro dia e depois ficou instável.
O fato de terem que ficar presentes nos stands para atender os passantes dificultou a possibilidade de participação das palestras. A pesquisa aponta que a maioria dos empreendedores não puderam ver nenhuma palestra por terem de se dedicar ao stand.
Reclamações e problemas de lado, 31 startups disseram que pretendem participar do evento novamente. Duas dizem que provavelmente não voltam e apenas uma afirmou que com certeza não pretende aparecer em futuras edições. Fica a ressalva de algumas, que disseram que sim, pretendem voltar, mas se a organização mostrar que solucionou os problemas mais estruturais do evento (internet e calor, por exemplo).
Investidores
A pergunta que mais causou polêmica foi se os empreendedores sentiram falta de investidores no evento. A maioria, 23 startups, disse que realmente sentiu que o evento falhou nesse quesito, mas 13 startups ponderaram que não, investidor não é o objetivo final de um evento desses.
A TagPet aponta que o problema foi a expectativa criada pelos organizadores em torno dos investidores que estariam lá. “Foi passada uma lista com aproximadamente 140 investidores e o que vi em diversos pitchs foram pessoas que não tinha nada a ver com investimentos e foram mais para colocar problemas nas startups que se apresentaram.”
A uGuest pondera a questão. “Acredito que o objetivo desta área de startups não deveria ser tão focada em trazer investidores em si. Acho que investidor é consequência. Deveria ser focado mais na troca de conhecimento, networking e feedbacks sobre os produtos e modelos de negócio. Unir e organizar o ecossistema de modo que os investidores saibam da gente.”
A Vertical 3W pensa na mesma linha, e aponta detalhes sobre os investidores presentes. “Muitos que encontrei estavam circulando, conhecendo os produtos e empresas presentes no evento, sem ter de fato um real interesse de investir naquele momento. Mas sim, sondando possíveis oportunidades ou até mesmo apenas checando possíveis concorrentes de investimentos atuais que já tenham. Nesse aspecto, o evento deve ser encarado de uma forma mais madura pelas startups presentes.”