* Por Ana Flávia Carrilo
Mais do que um direito fundamental, a educação é fator importante para o desenvolvimento social, econômico e cultural de um país. No Brasil, sabemos que o sistema educacional sempre sofreu com deficiências, o que só se intensificou no último ano, quando as profissões e soluções para o setor passaram a ser uma das mais demandas, do ensino básico ao superior.
E foi nesse cenário que as edtechs (startups de educação) mostraram ainda mais o seu valor para o mercado, para conseguir suprir as demandas já existentes e as novas que surgiram num volume muito maior que o esperado e 100% tecnológicas. Elas foram ágeis, souberam se adaptar e reinventar suas soluções.
Atualmente, a Abstartups tem mapeadas 566 edtechs ativas em todo Brasil, em fase de operação à escala, ou seja, com suas soluções disponíveis no mercado. Destas edtechs, 46,8% delas têm plataformas como recurso principal. Pensando na alta demanda de ferramentas online para ensino, como aumento de cursos, EAD (ensino a distância) e modelos híbridos nas escolas, essa característica das edtechs é bem positiva e repleta de possibilidades.
Se muitos setores como o de eventos e turismo sofreram com os imprevistos de uma pandemia mundial, o cenário das edtechs por sua vez, foi um dos mais promissores, já que 63,8% do setor conseguiu manter ou até mesmo aumentar sua faixa de faturamento durante o ano de 2020, 40% realizaram contratações (ou seja, aumentaram seu time) e 88,8% mantivera os times, sem a necessidade de fazer demissões.
Um dos fatores para isso, foi a rapidez com que as edtechs identificam as oportunidades e conseguiram oferecer suas soluções desde o ensino básico até o ensino superior. Só no ano de 2020, identificamos o nascimento de 65 novas edtechs no Brasil, principalmente no estado de São Paulo (38,5%). Um crescimento relevante, mesmo em um cenário de incertezas.
Esse exponencial destaque e crescimento do setor, reforça a importância do segmento no mercado brasileirio e o quanto ainda tem espaço aberto para inovações educacionais. Os desafios agora são estreitar o relacionamento entre edtechs e o setor público (garantindo mais inovação para o ensino público brasileiro), rodadas de investimentos e incentivo com novos cases de sucesso. Será que teremos uma nova startup unicórnio de educação? Nos resta aguardar e continuar acompanhando de perto o ecossistema!