* Por Rodolfo Carvalho
Segundo Edward Burnett Taylor, um dos pais da Antropologia, o conceito de cultura é um complexo que inclui conhecimento, crenças, artes, morais, leis, costumes e outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem. Em linhas gerais, o antropólogo explica que esses aprendizados vêm com o tempo, dentro do contexto social em que o indivíduo está inserido, ou seja, não é algo que é nato do ser humano, mas sim um aglomerado de costumes que são aprendidos e estimulados.
A abundância de capital cultural de um indivíduo, então, está diretamente ligada ao ciclo social em que ele faz parte, seja em casa, na escola, faculdade e até mesmo no trabalho, trazendo consigo o senso de pertencimento a uma classe. Trazendo para o contexto organizacional, a troca de experiências, gostos e visões de vida podem ser o ponto chave na mudança de percepção dos colaboradores dentro de uma empresa e, por isso, deve ser estimulada.
Isso porque as diferentes formas de se enxergar e viver o mundo são muito ricas para incrementar o repertório pessoal, cultural e, até mesmo, profissional dos funcionários, estimulando uma visão “fora da caixa”. Então, por que não implementar métodos de incentivo que fomentem este capital cultural dentro das companhias, uma vez que o ato de incentivar é, justamente, estimular e reforçar os laços dos indivíduos dentro de um grupo e/ou contexto por meio de trocas?
Mais do que investir em bonificações simples e, até mesmo, “batidas”, como dinheiro ou vouchers, é neste momento que os times podem se sentir parte de algo maior quando têm acesso às experiências. Então, vale deixar o senso comum de lado e pensar em oferecer, por exemplo, um jantar em um restaurante diferenciado, como de comida israelense, ou, quem sabe, dar a possibilidade a uma viagem ao Templo Zu Lai, o maior templo budista da América Latina.
Além de disponibilizar atividades diferenciadas, que podem ser incorporadas na vida dos colaboradores, vale ressaltar que a troca de capital cultural também se dá no dia a dia. Logo, o incentivo não deve se dar apenas quando uma meta foi atingida, mas sim de uma maneira constante.
Por isso, é importante ter em mente que essa incitação também pode realizada por meio de pequenas ações que abranjam todo o time, como uma playlist colaborativa, em que todos possam colocar as músicas e os estilos que mais apreciem, uma sessão pipoca no expediente, caso uma demanda seja cumprida por todos dentro do prazo, ou até mesmo um happy hour temático, evidenciando a cultura local.
Como diria Thomas “TS” Eliot em seu icônico ensaio Notas para a definição de cultura, “[…] cultura pode ser até descrita simplesmente como aquilo que faz a vida valer a pena viver”. As trocas de vivências, conhecimentos, crenças e, até mesmo, gostos pessoais, podem ser muito ricas para ampliar o acervo de seus colegas de trabalho e, de quebra, ainda estimular um elo mais forte e criativo. Viva a cultura!
Rodolfo Carvalho é CEO da Incentivar.io, primeiro software de incentivo do Brasil.