Durante a Maratona de Inovação da ArcelorMittal que acontece hoje, 4, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, a discussão sobre inclusão e diversidade no universo corporativo foi elevada a um novo patamar. Com a participação de Sandra Gioffi, da organização “O Trampo é Seu”; Jhenyffer Coutinho, da Plure; Silvia Hermenegildo, da ArcelorMittal; e Genesson Honorato, da Fundação Dom Cabral, o evento trouxe à tona questões cruciais sobre o papel da inovação na criação de um futuro verdadeiramente inclusivo.
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Para Genesson Honorato, a provocação sobre o futuro é essencial. “Estamos todos envolvidos na construção da sociedade de amanhã, e é imperativo perguntar: para quem estamos construindo? As tecnologias têm o potencial de moldar um futuro mais equitativo, preenchendo as complexidades sociais”, diz. Para o professor e consultor de inovação, o desafio está em promover ativamente essa transformação e compreender nosso papel nesse processo. “Negócios, afinal, existem para servir às pessoas, e as empresas são formadas por indivíduos, não apenas estruturas e máquinas.”
Jhenyffer Coutinho, fundadora da Plure – startup de empregabilidade para mulheres – acrescenta uma perspectiva essencial: o lugar da mulher na sociedade não é apenas uma escolha individual. “Depende, em grande parte, das oportunidades que são oferecidas. A narrativa simplista do “quem quer, consegue” não leva em conta as barreiras e desafios que muitas mulheres enfrentam”, diz. A empreendedora reafirma a importância de criar mecanismos para encorajar as mulheres a buscar seus objetivos e aplicar para vagas de emprego mesmo sem atender a 100% dos pré-requisitos, uma vez que os homens são encorajados a aplicar para vagas mesmo quando preenchem apenas 60%.
A experiência da Plure, fundada por Jhenny, é um exemplo concreto dessa abordagem. Ao conscientizar as mulheres sobre suas capacidades e incentivá-las a se candidatarem, a organização busca replicar o impacto positivo que a mãe de Jhenny teve em sua vida ao acreditar em seu potencial. “A carreira das mulheres começa muito antes do CLT. A gente cria as crianças pra que as meninas sejam mais detalhistas e que os meninos se arrisquem mais”, acrescenta.
Sandra Gioffi, cofundadora do BeNice e CEO do “O Trampo é Seu”, ao migrar do mundo corporativo para o terceiro setor, destaca a importância de retribuir à comunidade. “Eu vim de uma realidade de escassez também, mas não foi só isso. Eu estava na hora certa, no lugar certo, e tive acesso a informações e capacitações que meus colegas não tiveram”, conta. Ela reconhece que a ascensão na carreira não é apenas uma questão de mérito individual, mas muitas vezes resultado do acesso a informações e oportunidades. Ela enfatiza que a inclusão é um compromisso ativo de cada um de nós em oferecer oportunidades e não apenas doar recursos financeiros.
lnclusão de verdade não é só projeto no papel
Genesson lembra que, ao contar histórias inspiradoras e fornecer oportunidades, podemos mudar vidas. Ele próprio é um exemplo, tendo recebido uma chance que transformou sua trajetória. A meritocracia muitas vezes falha em reconhecer talentos escondidos e promissores. “Com as histórias que a gente inspira, e a gente só precisa dar uma oportunidade. As oportunidades não estão em todo lugar. Eu acredito que o próximo Prêmio Nobel está dormindo agora debaixo de um viaduto.”
Mas, para dar essas oportunidades, é preciso dar o primeiro passo. Sandra ressalta que a inclusão começa no nosso dia a dia, nos nossos relacionamentos e nas nossas comunidades. “A formação socioeconômica e as habilidades interpessoais desempenharão um papel crucial no futuro do trabalho. Para as empresas, a inovação verdadeira só é possível com uma equipe diversificada, trazendo perspectivas e visões diferentes para impulsionar a transformação”, afirma.
Jhenny reforça a importância de não apenas falar sobre inclusão, mas também agir. As estatísticas alarmantes sobre a participação das mulheres no mercado de trabalho demonstram a necessidade urgente de ações concretas e metas claras para promover a equidade de gênero. “Em São Paulo, em 2020, só 9% das mulheres negras tinham emprego formal”, diz a empreendedora. “Se inclusão e equidade não estiver nos KPIs, não estiver nas suas métricas, então não é prioridade. Se vocês querem fazer diferença, coloquem isso na meta de vocês.”
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