* Por Renato Alves
O número de empresários brasileiros que tentam a sorte em terras estrangeiras cresce a cada ano. De acordo com um estudo realizado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), 163 redes nacionais estavam presentes em 107 países em 2019. O número equivale a 18 empresas a mais que em 2018.
A internacionalização é um caminho natural e de extrema importância para a competitividade e valorização das marcas, uma vez que deixam de depender de um único público ou região geográfica, e permite o crescimento do faturamento.
Estados Unidos, Portugal e Paraguai estão, respectivamente, entre os principais destinos das companhias fora do Brasil. Empreendedores que desejam expandir os negócios, devem manter os pés no chão e tomar as decisões com frieza, sem deixar os sentimentos dominarem.
Além de ser necessário estudar o melhor formato para instalar a empresa em um novo mercado, é preciso entender o perfil dos consumidores, conhecer a cultura local e as normas trabalhistas, tributárias e normativas para que o produto ou serviço seja aceito em outro país.
Devido a minha profissão, pessoas me perguntam como escolher a franquia certa e quais setores fazem sucesso no mercado exterior. Compreendo que em períodos de incertezas e recursos escassos como os que estamos vivendo por conta da crise da covid-19, cometer um erro pode prejudicar ainda mais o orçamento, mas não há uma receita de bolo a seguir. Existem milhares de franquias no mundo e valores que variam bastante entre os modelos, permitindo que os empreendedores se guiem pelo seu perfil e disponibilidade financeira.
Se formos levar em consideração o estudo da ABF, em 2019 o segmento de moda era o mais representativo internacionalmente, seguido pelas áreas da saúde, beleza e bem-estar e alimentação. Em 2018, os setores de casa e construção, educação e serviços de comunicação, informática e eletrônica também apresentavam potencial de crescimento. A pandemia está mudando os hábitos de consumo e dando espaço para que serviços que antes engatinhavam fiquem de pé. Ou seja, todos que souberem aproveitar a crise terão êxito lá na frente.
Contar com o apoio de escritórios de advocacias é importante para os empresários traçarem um plano completo para a expansão da rede. Mas, mais que isso: os profissionais conseguem ajudar os clientes a identificarem suas aptidões, preferências e quanto tempo eles vão se dedicar aos negócios, avaliando as particularidades de cada um.
O comércio exterior é muito particular e os detalhes fazem toda a diferença durante o processo: quem erra na primeira tentativa de internacionalização dificilmente têm dinheiro para repetir a ação.
Se o empreender está preparado para transmitir o seu conhecimento e know-how para que o sucesso da operação seja replicado com fidelidade, a quarentena está oferecendo uma oportunidade para tirar os planos do papel. As fronteiras fechadas serão reabertas em breve e a suspensão temporária da emissão de alguns vistos de trabalho voltará ao normal. A internacionalização exige coragem e confiança de que as coisas vão dar certo e eu me coloco à disposição para esclarecer dúvidas e conversar sobre as vantagens da marca passar a ser global.
Renato Alves é diretor de Expansão da Bicalho Consultoria Legal, empresa especializada em migração, internacionalização de negócios e franquias.