O Kekanto passa a disponibilizar gratuitamente a partir deste mês a primeira versão de sua API. Trata-se de uma interface que permite a aplicações nacionais e internacionais usarem base de dados do Kekanto, adaptando-os facilmente as suas necessidades.
Com 500 mil usuários cadastrados, 4 milhões de visitantes únicos e 9 milhões de pageviews mensais, o Kekanto é disponibilizado via browser, iOS, Android, Windows Phone e BlackBerry. O serviço já está disponível em diversos países: Brasil, Argentina, Chile, México, Uruguai, Paraguai e Portugal.
Conversei ontem com Fernando Okumura, um dos três fundadores. Ele falou sobre o roadmap de estratégia (incluindo surpresas) da empresa.
O uso da API é gratuito e pode ser solicitado enviando um e-mail para api@kekanto.com . Mais informações e a documentação necessária estão disponíveis em língua inglesa no link kekanto.com/api. O Kekanto é uma comunidade de pessoas que gostam de explorar a cidade, compartilhar opiniões e conhecer gente nova. Além do site, é possível baixar o aplicativo em celulares iPhone, Android, BlackBerry e Windows Phone.
São duas as principais vantagens para quem usar essa ferramenta dentro de seus aplicativos na internet: permitir a busca de estabelecimentos ao redor e fornecer detalhes sobre estes, como telefone, preços e notas e outras informações presentes no Kekanto. A facilidade de programação é outra grande vantagem dessa interface, ela é baseada em REST (padrão de programação utilizado pelo Facebook, Twitter, entre outras). Com a API, os aplicativos deixam as informações do Kekanto com a aparência e disposição que ficar melhor para seus ramos de atuação como imobiliárias, restaurantes, sites de reservas e outros.
Confira agora uma pequena entrevista com Okumura.
Startupi – A disponibilização da API é uma estratégia para uma criação em maior quantidade e variedade de produtos, por parte da comunidade?
Okumura – Em breve, possibilitaremos também que a API permita escrever, postar no Kekanto, pois no momento possibilita apenas a leitura, visualização. Ou seja, os desenvolvedores podem incorporar informações direto do Kekanto em seus sites e aplicativos, e daqui a um tempo poderão também proporcionar que os usuários enviem informações de dentro de seus sites e aplicativos para suas contas no Kekanto.
S – Com isso o Kekanto acredita que pode testar outras soluções, além das feitas pela própria empresa?
O – Uma das características do Kekanto é que nos mantemos 100% focados na nossa proposta fundamental, que é o conteúdo, as resenhas dos usuários sobre os locais que frequentam. Vemos que há várias empresas baseadas em localização e que abordam outras propostas: descontos (compras coletivas), entregas e reservas de restaurantes. Mas nossa proposta não é avançar nestas áreas.
E como fica a competitividade do Kekanto, com o aumento de produtos baseados em localização?
Não consideramos uma ameaça pois, reforço, as propostas são diferentes, e porque a maior competição não vem daqui, mas do fato de grandes players internacionais adquirirem empresas locais, por exemplo. Mas nosso foco é olhar para o nosso usuário, nosso público, e atendê-lo – não ficamos reagindo aos concorrentes.
Falando em proposta, quanto do Kekanto segue o planejamento inicial e quanto sofreu mudanças?
Certamente trouxemos diversas funcionalidades desde 2010 e deixamos de enfatizar algumas, mas o Kekanto está conseguindo ser o que a gente imaginou, está crescendo como uma grande base de resenhas de locais. Estamos em fase pré-receita, significa que não cobramos por nada, e isso foi planejado desta forma, estamos avançando no nosso foco.
Um pouco mais sobre o Kekanto
- O Kekanto posiciona-se como uma comunidade de pessoas que gostam de explorar a cidade, compartilhar opiniões e conhecer gente nova;
- Criado em 2010 por estudantes da Universidade de São Paulo com o objetivo de ser um espaço onde pessoas trocavam informações dando referências sobre profissionais da construção civil (pedreiros, carpinteiros, marceneiros, pintores, mestres de obras…) e que se transformou em um grande “boca a boca on line”, onde qualquer pessoa pode opinar, postar informações e fotos sobre restaurantes, bares, baladas, bancas de revistas, shoppings, lojas, profissionais liberais, hospitais, clínicas e diversos estabelecimentos;
- A empresa conta com investimentos do fundo americano Accel Partners (investidor do Facebook, Groupon, Wallmart.com, Angry Birds e outras) e do fundo Kaszek Ventures (dos fundadores do Mercado Livre), e ainda de um grupo de anjos que inclui Florian Otto (CEO do Groupon) e Vinicius Marchini (sócio do fundo de private equity BRPartners);
- Os números representam um crescimento de 100% em 12 meses e que tende a crescer ainda mais com o caráter colaborativo da ferramenta;
- O Kekanto foi um dos primeiros aplicativos brasileiros que conseguiu destaque no Google Play;
- A comunidade não é apenas virtual, mas também presencial: há movimentações da comunidade para que os usuários que mais colaboram para o crescimento da nossa base de dados se encontrem e troquem ideias, para aproximar mais as pessoas nas cidades de São Paulo, Campinas, Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Buenos Aires, Santiago do Chile e Cidade do México. Acontecem desde encontros apenas para troca de informações, eventos especiais (finais de campeonato e até mesmo encerramentos de telenovelas como aconteceu com “Avenida Brasil” em razão de solicitação de usuários – tudo é motivo para reunir o pessoal usando a ferramenta mobile) e campanhas como de doação de sangue que acontecerá em quatro países onde o Kekanto está presente agora em novembro e que será viabilizado graças à articulação de usuários;
- As ferramentas de busca social foram desenvolvidas com mão de obra 100% nacional.
Perfil dos fundadores
Fernando Okumura: passou em seu primeiro vestibular no curso medicina aos 17 na USP. Largou no primeiro ano, para desespero de sua família. Foi embora para os Estados Unidos onde se formou em Economia, com pós-graduação em Stanford. Depois de trabalhar no mercado financeiro em Nova York, foi contratado por uma famosa consultoria (McKinsey) na Austrália. Depois de dez anos fora do Brasil, voltou para fazer parte do time fundador do Click On. Logo depois, decidiu ter o seu próprio negócio. Além disso, é formando em Direito na USP e faz investimentos em startups.
Allan Kajimoto: descendente de armênios com japoneses, Allan é um jovem que tem o empreendedorismo nas veias. Foi criador de uma rede social de currículos profissionais (Via 6), de uma plataforrma de resenhas de produtos (Beezer), de uma consultoria (Direct Labs) e monitoramento de Mídias Sociais (Scup) até chegar na empresa em que ele é um dos sócios, o Kekanto. É investidor-anjo.
Bruno Yoshimura, o “Japonês”: trabalha com o mundo virtual desde os 12 anos de idade. Aos 15 anos, foi criador do 46° site mais acessado do Brasil, o Link Grátis, em uma época em que não se falava de técnicas de SEO no Brasil. Estagiou no escritório brasileiro da Universidade de Harvard, onde concluiu trabalhos que ficaram pendentes de Mark Zuckerberg, que deixou a instituição para se dedicar ao Facebook. Se formou na USP, onde conheceu Fernando e Allan. Também faz aportes financeiros em startup.