Por Bruna Galati
O Festival Cidade do Futuro está de volta para a sua 3ª edição e no primeiro dia, que aconteceu na sexta-feira (15), houve uma série de palestras sobre negócios, sustentabilidade e inovação. O Startupi marcou presença e organizou três painéis sobre “Futurismo e Sociedade: tendências e impactos”.
No painel sobre o design de futuros, onde a imaginação se encontra com a ética e a tecnologia, Juliana Proserpio, cofundadora e chief design officer da Echos, cativou a audiência falando sobre os caminhos que moldam o amanhã. Com uma abordagem que transcende as previsões tradicionais, Proserpio compartilhou sua visão sobre o poder do design na especulação de diferentes futuros e na escolha dos caminhos mais desejáveis para a humanidade.
Ao longo de sua apresentação, Proserpio mergulhou nas diferentes ordens de naturalidade, explorando a interseção entre o natural e o artificial. Citando Herbert Simon, ela discutiu os conceitos de design natural e artificial, tudo aquilo que foi criado pela natureza é o design natural. Tudo aquilo que foi criado pelo humano é o design artificial. “Não quero discordar do grande filósofo, mas acredito que precisamos ter uma visão um pouco diferente se queremos evoluir como humanidade. Se nós humanos fazemos parte da natureza, por que as nossas criações são artificiais? E se olharmos isso como os quatro graus de naturalidade?”, questionou para a plateia.
O primeiro grau de naturalidade seria a criação de projetos – tudo aquilo que é projetado e produzido pela natureza, florestas, cachoeiras, animais, etc. O segundo grau de naturalidade seria algo projetado pelos humanos e produzido pela natureza, como as fazendas. O terceiro seria aquilo que é projetado e produzido pelos humanos, os celulares, as roupas, a caneta, os prédios, etc. O quarto grau de naturalidade são os projetos humanos que desempenham novas soluções por si mesmas, como a inteligência artificial.
Além disso, Proserpio alertou para o caráter político das atividades de criação de futuros, enfatizando a necessidade de inclusão e diversidade na elaboração de narrativas futuristas. Ela incentivou os participantes a refletirem sobre como suas ações e decisões influenciam os futuros coletivos, enfatizando a importância de criar espaços de construção de futuro mais diversos e equitativos.
Proserpio também compartilhou detalhes sobre a metodologia de design de futuros, destacando as etapas fundamentais para a criação de um caminho rumo a um futuro mais desejado. “Essa metodologia do design passa por um momento onde a gente tem que definir intenções, fazer análises sociais, identificar emergências de futuro, necessitar futuros alternativos, criar visão de futuro e fazer uma calibração do futuro. Tudo para alcançar um futuro desejável”, explicou.
Proserpio incentivou os participantes a considerarem suas próprias teorias sobre o futuro e a adotarem uma postura mais ativa na construção de seus próprios caminhos futuros. Ela enfatizou a importância de compreender o potencial de influência que cada indivíduo possui sobre o futuro coletivo e encorajou a busca por uma alfabetização em metodologias de design de futuros como forma de fortalecer essa capacidade.
Ao final de sua palestra, a especialista apresentou uma visualização do “Cone do Futuro”, destacando a complexidade e a diversidade de possibilidades que o design de futuros oferece. Com uma mensagem inspiradora e provocadora, ela deixou claro que o futuro é moldado não apenas por tecnologia, mas também por escolhas éticas e visionárias.
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