Os investimentos em proptechs e construtechs recuaram. É o que diz o estudo recém lançado da Liga Ventures, que detalha o panorama dos investimentos e M&A nestas startups. Em 2023, esses segmentos apresentaram uma queda de 32% no montante captado em comparação com 2022, totalizando R$ 898 milhões em 22 deals, contra R$ 1,302 bilhão em 21 deals no ano anterior.
O estudo aponta que startups em estágio Serie D e E foram responsáveis por cerca de 83% do montante total captado em 2023. As startups Serie D captaram R$ 250 milhões, enquanto as Serie E alcançaram R$ 495 milhões.
Outro dado relevante do estudo é a queda nos valores captados em diferentes fases das startups. As mid-stage tiveram uma redução de 91% em comparação com 2022, enquanto nas late-stage e early-stage a redução foi de 19% e 17%, respectivamente. Apesar disso, houve um aumento na quantidade de rodadas de investimento nas construtechs e proptechs em estágio inicial, passando de 13 para 18 rodadas. Já as mid-stage registraram uma queda significativa, de cinco em 2022 para apenas uma em 2023. As late-stage mantiveram o mesmo número de três rodadas.
As categorias que mais captaram investimentos em 2023 foram as startups de intermediação digital e utilities, com R$ 495 milhões e R$ 250 milhões, respectivamente. Em seguida, vieram as de desburocratização do aluguel (R$ 40 milhões), serviços domésticos (R$ 30 milhões) e pontos comerciais (R$ 21 milhões).
Papel das proptechs no ecossistema
Daniel Grossi, Chief Ventures Officer da Liga Ventures, comentou sobre a importância dessas startups para o ecossistema brasileiro: “Startups relacionadas às cadeias de construtechs e proptechs no Brasil são alguns dos principais motores do nosso ecossistema. As verticais são responsáveis por alguns dos unicórnios do país – como Loft e Quinto Andar – e têm um importante ecossistema de VCs e CVCs. Como tem acontecido com o mercado de venture capital em todo o mundo, essas verticais atingiram seu pico de investimentos em 2021, com rodadas bilionárias. Depois disso, houve uma queda nos investimentos para patamares similares aos que antecederam 2020. A boa notícia é que, embora com ticket médio menor, o número de deals tem crescido, mostrando uma maturidade do mercado após o período de euforia. Se por um lado, rodadas acima de R$ 1 bilhão não aconteceram nos últimos anos, por outro, o que tivemos foi um crescimento no número de transações early-stage. Esse movimento pode fomentar uma nova geração de startups no setor”.
O relatório também analisou o número de M&As no ano passado. Em 2023, ocorreram duas aquisições no mercado imobiliário e setor de construção civil, enquanto em 2022 foram oito aquisições, e em 2021, o ápice dos últimos anos, com 10 aquisições.
Para realizar o estudo, foram utilizados dados da ferramenta Startup Scanner, plataforma criada pela Liga Ventures que identifica e acompanha dados de startups do Brasil e América Latina, permitindo que grandes empresas, pesquisadores e empreendedores entendam as movimentações do mercado e encontrem oportunidades de negócios sinérgicos à sua atuação.
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