A Intel, uma das maiores fabricantes de chips do mundo, anunciou nesta quinta-feira que irá demitir cerca de 15.000 funcionários, o que representa mais de 15% de sua força de trabalho global. Esta medida faz parte de uma estratégia agressiva para cortar custos em até US$ 10 bilhões até 2025, após a divulgação de um relatório de lucros para o segundo semestre de 2024.
Em um memorando interno, o CEO Pat Gelsinger explicou que a empresa tem enfrentado desafios significativos em manter o crescimento das receitas. “Nossas receitas não cresceram como esperado e ainda não conseguimos nos beneficiar plenamente de tendências emergentes, como a Inteligência Artificial”, afirmou Gelsinger. “Nossos custos estão muito altos e nossas margens estão muito baixas. Precisamos de ações mais ousadas para abordar ambos.”
A Intel, que já liderou a indústria de tecnologia com seus chips de CPU há mais de duas décadas, tem enfrentado dificuldades em se adaptar às novas demandas do mercado. Enquanto outras empresas de hardware, como a Nvidia, têm colhido os frutos do boom da IA, a Intel tem lutado para capitalizar essa tendência. A empresa registrou uma queda de US$ 24 bilhões em suas receitas anuais entre 2020 e 2023, ao mesmo tempo que sua força de trabalho aumentou em 10% no mesmo período.
No segundo trimestre de 2024, a Intel reportou uma queda de 1% nas receitas em comparação ao mesmo período do ano anterior, resultado que foi atribuído a desafios relacionados à margem bruta dos produtos de PC de IA. Como parte de sua reestruturação, a Intel anunciou que suspenderá o pagamento de dividendos aos acionistas a partir do quarto trimestre de 2024, além de prever um cenário “mais desafiador” para o restante do ano.
Para mitigar os impactos das demissões, a empresa oferecerá um programa de “saída voluntária” para os funcionários na próxima semana e anunciará uma oferta de aposentadoria para aqueles que se qualificarem.
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