Um estudo recente da Kaspersky mostra que mais que 50% das empresas brasileiras implementaram a inteligência artificial (IA) e a Internet das Coisas (IoT) em suas infraestruturas corporativas. Além disso, mais de 30% planejam adotar essas tecnologias interconectadas em até dois anos.
Em um cenário em que inteligência artificial não é mais novidade para ninguém, as companhias estão agora em outra fase: entender como, de fato, a inteligência artificial pode auxiliar nos processos. E este foi um tema debatido durante a edição 2024 do Gramado Summit, um dos maiores eventos do ecossistema de inovação do país, que acontece na serra gaúcha, entre 10 e 12 de abril.
Representantes de grandes empresas de tecnologia – Joaquim Campos, vice-presidente de IBM Data e IA, AI Apps e Automatização na América Latina; e Gustavo Gehrke Maierá, da Oracle – compartilharam insights valiosos sobre o estado atual e o futuro da Inteligência Artificial em um painel. O debate destacou a crescente democratização da IA e sua aplicação cada vez mais generalizada nos diversos aspectos do cotidiano.
Joaquim lembrou a longa trajetória da empresa no campo da Inteligência artificial, desde marcos significativos como a vitória no xadrez em 1997 até o uso pioneiro do Watson no Jeopardy, em 2009. Ele ressaltou a evolução contínua da IA e seu impacto crescente nos negócios, com a IBM liderando a transformação ao substituir processos tradicionais por soluções baseadas em IA para aumentar a precisão e a velocidade.
Cases de IA da IBM e Oracle
“Em 2012, começou efetivamente a ter casos de negócios com utilização de IA. Estamos substituindo processos por IA para sermos mais precisos e velozes. Do ponto de vista de negócios, a IA, de 2012 a 2021 era uma tecnologia utilizada apenas por quem fosse expert. A chegada da IA generativa abriu as portas pra que qualquer usuário pudesse usar, como o Chat GPT e Gemini”, diz.
Para ele, o futuro do uso da inteligência artificial é híbrido, em que cada companhia utilizará um modelo diferente para cada caso específico. “A IA tradicional exige mais investimento de treinamento, mas é muito precisa na resposta. A generativa traz mais velocidade, mas tem menor grau de precisão. A maior parte do mercado vai usar modelos híbridos. Pra cada caso de uso eu tenho resultados diferentes e diferentes preocupações, como privacidade de dados, propriedade intelectual ou assertividade. O mercado não vai trabalhar com uma solução única, mas usar várias, dependendo do caso de uso”, garante.
Gustavo, da Oracle, concordou com a importância da democratização da IA e enfatizou que agora estamos em uma era em que a capacidade de processamento permite avanços significativos. Ele destacou a capacidade de utilizar bancos de dados existentes para acelerar o desenvolvimento e implementação de soluções de IA. Além disso, Maierá mencionou exemplos concretos de como a IA está transformando setores como vendas, saúde e controle ambiental.
“A visão computacional chegou a um ponto em que qualquer câmera consegue nos dar resultados significativos. Uma empresa da área de reflorestamento consegue cumprir controle ambiental via drone, por exemplo. Na área financeira, a IA consegue ler conteúdos de uma forma que não é viável para a capacidade humana, o que nos ajuda a ter mais controle sobre uma quantidade gigante de dados gerados diariamente. Também conseguimos remover barreiras na medicina, e hoje já é possível usar IA para reduzir erros médicos. Um caso específico em que estamos trabalhando é um microfone nas consultas, com a autorização do paciente, para que a IA possa auxiliar o médico a ouvir as queixas do paciente e descobrir qual pode ser o diagnóstico”, explica.
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