É muito bacana a cultura de criar protótipos, versões mínimas, testes. Estruturas enxutas que comprovem se uma operação deve ser intensificada. Vide todos Startup Weekends que vem acontecendo mundo afora, inclusive no Brasil, desde novembro de 2010 (quando tive a oportunidade de ajudar a realizar em São Paulo a primeira edição de um evento-movimento que não pára de multiplicar frutos. A exemplo também de várias edições do Startup Farm – que não leva apenas um final de semana, mas também tem uma lógica similar.
Mas vale nos atentarmos para a Lean Startup Machine, atividade que também foi criada no exterior (Nova York) e vem se replicando ao redor do mundo, inclusive em São Paulo. Fui mentor na primeira edição, em agosto do ano passado, e pude acompanhar diversas equipes (em geral, formadas na ocasião) que se esforçaram e, com ajuda, conseguiram validar problemas reais das pessoas e empresas antes mesmo de construir uma landing page. Para mim e vários participantes, isso significou levar a lógica de ágil e enxuto a outros patamares. E em breve (1 a 3 de fevereiro) haverá outra edição, preparada pelo Luis Novo (que foi CTO da Netmovies, SVP de platform strategy na PlayPhone, entre outras experiências com tecnologia e negócios no Vale do Silício).
A importância disso foi refletida até no livro “Tudo é óbvio – desde que você saiba a resposta correta” de Duncan Watts, que não trata de auto-ajuda, mas de como temos um mau-hábito generalizado de não questionarmos pressupostos sociológicos, sobre pessoas. No geral, ele explica, as pessoas buscam argumentos e justificam qualquer interpretação dos comportamentos, subestimando a verificação em nome de um senso comum do “eu já sabia”.
E isso nos leva de volta às raízes da cultura do protótipo: surgiu para validar pressupostos tecnológicos, ver como novas ferramentas e equipamentos funcionam. E para isso, diferentemente de pessoas, não adianta observação prévia e entrevistas exploratórias. Muito menos pesquisa de mercado (que não tem seu melhor uso nem com novas propostas de negócio, apenas para as já abosorvidas culturalmente). Vale assistir à palestra de Ernesto Sirolli no TED (esta), na qual ele explica sobre empreendedorismo e a cultura do apoio: “quer ajudar alguém? cale a boca e ouça-as”. Na edição anterior da Lean Startup Machine, vi uma equipe focar no seu público-alvo, gerando conversações sobre uma hipótese de problema, e descobrir um outro problema muito mais claro. Na hora, mudaram de foco, mudaram de problema a resolver, pois tinham aprendido sobre uma outra parte da realidade e enxergaram uma hipótese de solução – que apenas no final da oficina passou a ganhar uma landing page com protótipo.
Então, se você fica se questionando porque todo mundo aposta nas mesmas tendências, nos mesmos modelos “comprovados” e nas mesmas apostas para o futuro, lembre-se que as respostas tentem a se repetir quando as perguntas tendem a se repetir. Antes de validar uma solução, vale explorar situações de problemas. E, para isso, nada melhor do que conhecer toda metodologia da Lean Startup Machine, que não apenas é recomendada pelo Eric Ries (patrono do movimento “lean startup”) como também conta com a mentoria do próprio (via Skype, mas ainda assim muito proveitosa). Há todo um framework, uma metodologia para isso e nada melhor do que passar a noite de sexta-feira, o sábado e o domingo utilizando a “validation board” com outros empreendedores e mentores.
Tudo isso para que? Para evitar ouvir dos seus prospects a frustrante frase “sua solução não é problema meu”. Tudo isso para você não ficar tentando convencer jornalistas, investidores e clientes de que “é bom porque funciona”. Inscreva-se e venha conosco. Sempre é hora de validar possibilidades de negócio, e o evento é a hora de conhecer uma metodologia vencedora específica para isso.