Lembra da competição tecnológica internacional para estudantes, Imagine Cup? Aquela em que os brasileiros foram os que mais conquistaram premiações este ano. Entre eles, a equipe Virtual Dreams conquistou o terceiro lugar mundial em software design com o projeto Health Tag, que inova na forma como lidamos com nossa saúde. Você deveria conhecer! Veja vídeos e entrevista nesta matéria.
Health Tag é um sistema de suporte à atenção à saúde para ser usado em áreas remotas. Permite a fácil identificação de pacientes e acesso ao seu histórico médico. Ainda, armazena dados estatísticos para auxiliar nas pesquisas sobre a proliferação de doenças e na efetividade das políticas de saúde. Abaixo, um ping-pong sobre este novo serviço que em breve deve estar disponível no mercado. Quem responde é Roberto Sonnino, integrante da equipe Virtual Dreams.
Como funciona exatamente? O que o paciente faz? O que o médico faz? O que a solução faz?
“O funcionamento do sistema se divide em duas partes: A primeira, acessada pelos médicos, é como um sistema de prontuário eletrônico ‘tradicional’ com acesso desktop e móvel, com algumas vantagens: primeiro, temos uma interface mais intuitiva e adaptada ao uso dos médicos, personalizável e extensível; além disso, temos uma arquitetura de ‘cloud storage’, de forma que os dados estão armazenados na web sem custos locais de manutenção; finalmente, temos um sistema de identificação baseado no Microsoft Tag que serve como solução bastante barata para melhorar a segurança dos dados no ambiente móvel”.
“A segunda parte é a parte de análise de dados: ela seria usada por pesquisadores e tomadores de decisão para criar estatísticas e pesquisas a partir dos dados desidentificados (sem informações pessoais) dos pacientes. A vantagem principal deste módulo é que os dados vêm diretamente do prontuário dos pacientes, de forma a poder criar pesquisas bastante detalhadas e tirar novas conclusões. Além disso, esse módulo usa uma interface touchless de baixo custo
(opcional) que permite maior riqueza e colaboração no tratamento dos dados”.
Na descrição do projeto, a equipe citou como desafios a necessidade de respeitar a ética médica e desenvolver uma interface que se adapta ao uso médico em áreas remotas. Trata-se de uma interface altamente intuitiva? Quais quais fatores éticos estão em questão?
“A interface dos módulos do médico é personalizável e extensível, ou seja, o médico pode configurá-la para estudar com mais detalhes um dado típico do prontuário ou criar novos tipos de dados para acomodar novas informações. No quesito ético, temos que levar em consideração a segurança e privacidade dos dados dos pacientes, que são muito
sensíveis, e também a questão da publicação dos dados desidentificados”.
“Quando dizemos que a solução se adapta à infraestrutura, isso significa que o sistema (especialmente o módulo móvel) funciona com ou sem conexão internet no local de tratamento. Além disso, o módulo celular funciona em celulares que custam 1 euro aqui na Europa e não exige um plano de dados muito avançado, e as máquinas desktop não precisam ser muito potentes”.
“Desde o começo, fizemos esta solução pensando em sua implantação em ONGs e governos. Apesar disso, vimos uma possibilidade real de comercialização para clínicas e hospitais particulares que poderiam utilizar versões do sistema limitadas a um escopo local, e com essas vendas de versões poderia-se financiar o uso em ONGs e outros programas sociais ou voluntários.
Nós demonstramos nossos protótipos para médicos, pesquisadores e ONGs no Brasil e fora, e esses “stakeholders” nos deram um feedback muito positivo sobre os conceitos que nós trouxemos e a maneira de abordar o problema. Eles falaram que nossa solução tem potencial de um grande impacto a curto e longo prazo, e que seria muito útil nos cenários nos quais eles tem experiência”.
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