* Por Guilherme Cavalcante
Recentemente tivemos a abertura dos primeiros eletropostos de grandes redes de combustíveis fósseis, como Petrobras e Shell, em São Paulo. Esses lançamentos fazem parte do planejamento divulgado pelas empresas que pretendem implantar um ecossistema com 35 pontos de recarga rápida e de energia renovável, até março de 2023. Um plano ousado e vamos acompanhar de perto.
Além de grandes empresas, também é crescente o número de startups, organizações de software e companhias de eletropostos, no mercado brasileiro de veículos elétricos. Em São Paulo, por exemplo, já são 400 pontos para carregamento coletivo de mais de 15 empresas diferentes.
É claro que esses números ainda não chegam perto de uma infraestrutura que abranja todo um mercado de carros elétricos, porém, o crescente interesse de gigantes de outros macroambientes para este setor, deixa claro que, em pouco tempo, a eletrificação será um dos carros chefes da nova mobilidade do país. Um grande exemplo são os principais e-commerces nacionais fazendo entregas com veículos 100% elétricos em todas as capitais.
E isso já é percebido em números: a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) trouxe dados que mostram que o crescimento dos elétricos segue na contramão do mercado doméstico total de leves (motos, scooters e outros) que caiu 23% no mesmo período, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). De 2012, até o mês de abril de 2022, o estoque total de VEs – Veículos Elétricos – em circulação chegou a 90 mil e a expectativa é de que o Brasil passe dos 100 mil carros eletrificados ainda este ano.
Visto isso, é crescente o número de eletrificados rodando por grandes cidades do país, além de mais empresas focadas no desenvolvimento ESG, que substituíram suas frotas por veículos mais sustentáveis. Inclusive, é lei em São Paulo que a construção de novos empreendimentos, condomínios, shoppings e lojas, tenham ao menos uma base de carregamento disponível. Mais do que a lei, já existe demanda e até overbookings, que fazem com que os proprietários de EVs enfrentem filas para a recarga.
Isso escancara que, se até mesmo os grandes nomes ligados ao setor petrolífero – como redes de postos de combustíveis tradicionais – já estão se reinventando e desenvolvendo planos de ação para se aproximar e aproveitar a expansão da mobilidade elétrica no país, este setor já não é uma tendência ou um sonho inalcançável, mas sim uma realidade bem próxima.
Seja para acompanhar a maré positiva e próspera, seja para se adequar a pressão de governos por mais incentivos e medidas ambientais mais restritivas, os grandes nomes do mercado estão, em sua maioria, de olho no novo mercado de elétricos. E o Brasil pode se beneficiar disso, já que possui um grande potencial de explorar a matriz energética limpa e o desenvolvimento de uma mobilidade mais sustentável nas cidades. Parece repetitivo, mas seguimos positivos e reforçando aos nossos clientes e parceiros: “2022 promete!”.