A quantidade de corporações no Brasil que buscam se relacionar com novas empresas de tecnologia cresce exponencialmente a cada ano. De acordo com o recém divulgado relatório do 100 Open Startups, o número anual de relacionamentos de open innovation entre grandes empresas e startups mais do que quintuplicou de 2019 a 2022. Só nos últimos 12 meses, esse aumento foi de mais de 60%. O relatório registrou 8.050 relacionamentos em 2019, 13.433 em 2020, 26.348 em 2021 e 42.588 em 2022.
O que há alguns anos era um diferencial, hoje tornou- se um pilar fundamental de alguns dos maiores líderes de mercado. A prova disso é que, ainda de acordo com o levantamento, as empresas top 10% no ranking têm o número médio de contratos vigentes multiplicado por 30 até seu quinto ano na prática de inovação aberta, e multiplicado por 54 até o sexto ano.
“A colaboração com o ecossistema de startups é parte crucial da nossa estratégia de negócios aqui na Ambev, e essa relação ficou ainda mais forte nos últimos anos, nesse processo de transformação e evolução que vem acontecendo. Sabemos que é impossível inovar sozinho e, tendo consciência da nossa capilaridade, queremos que nosso ecossistema evolua e cresça junto com a gente”, comenta Eduardo Horai, Vice-Presidente de Tecnologia da Ambev, empresa que mais praticou inovação aberta no Brasil, realizando 573 interações de negócios com 340 startups nos últimos meses.
Quais grandes empresas investem em startups e por quê?
Corporações dos mais diversos setores apostam em inovação aberta para transformar seus modelos de negócios. “Inovação para a gente é o fruto da rede. Desde sempre a Natura é uma rede de relações, e a gente entende que as relações geram ideias, que geram negócios, que geram criatividade”, comenta Rodrigo Rodrigues, analista de Inovação Aberta da Natura&Co.
Hoje a Natura&Co, por meio de seu programa de inovação aberta, atrai novas tecnologias que sanem desde as dores das consultoras até as dores internas do grupo, e especialmente para as focadas em meio ambiente, sustentabilidade e diversidade. “Buscamos não só startups brasileiras, mas também de todo o mundo, para criarmos novas estratégias para fomentar questões tanto sociais quanto econômicas”, afirma Rodrigo. Entre as startups parceiras do programa estão nomes como RankMyApp, Squid, Descola, Mete a Colher e 99Jobs.
Parcerias para fomentar o mercado
Quem também aposta fortemente no empreendedorismo nacional é a Dell, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. Em julho deste ano a companhia anunciou no Brasil o o Dell para Startups, programa de relacionamento customizado para o mercado brasileiro. Com o apoio de Microsoft, Intel e McAfee, o Brasil é o segundo país a receber o programa, ajudando ainda mais empresas a se conectarem com corporações globais de tecnologia.
“O programa é pioneiro em empresas de tecnologia no país e leva para as startups atendimento consultivo, uma experiência de compra diferenciada e disponibiliza aos participantes ofertas exclusivas, condições de pagamento diferenciadas”, conta Luciane Dalmolin, diretora de vendas para pequenas empresas na Dell.
Transformando a educação pela tecnologia
A Faber-Castell, uma das maiores empresas de materiais escolares do mundo, também investe fortemente em empreendedorismo para se posicionar com liderança no setor de educação. Para isso, a companhia alemã criou o Faber-Castell Ventures, um Corporate Venture Capital dedicado a investir e fomentar startups de educação e de criatividade.
“Queremos nos aproximar cada vez mais das startups destes mercados, trabalhar inovação com elas e trazer isso para dentro da corporação, através de parcerias e da criação de novos negóvios. Acreditamos que nos aproximando das startups podemos fomentar mais o ecossistema e juntar forças, já que temos expertise em educação, além de grandes canais e parceiros. Somando isso à tecnologia das startups, podemos criar soluções e impactar cada vez mais o setor de educação”, diz Carolina Kondratovich, analista do CVC.
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