A procura pelo imóvel ideal não é uma tarefa fácil – nada melhor do que uma ferramenta específica que desempenhe essa atividade. Dois diferenciais marcam a startup de busca de imóveis Urby, segundo me relatou o CEO Alain Banfi, em entrevista por telefone: o que ele denomina como tecnologia de buscas vertical e a procura geolocalizada de um domicílio ou estabelecimento.
Sobre o primeiro diferencial, ele me explicou que robôs rastreiam e cooptam informações na plataforma – além dessa reunião de dados algorítmica, é possível que imobiliárias façam seu próprio cadastro. A incorporação de dados é gratuita; pagam apenas os anunciantes que pretendem entrar no topo da página.
Sim, você deve estar pensando, tal como o Google. Outra incorporação similar da maior empresa de internet, segundo me relatou Banfi, foi a unificação de termos e informações distintos cujo significado é o mesmo. Exemplo csimples para ilustrar: quarto e dormitório são sinônimos, obviamente; o que a Urby faz é normatizar esse tipo de dado.
(Cabe um parêntese de contexto: em 2008, eu estive em uma conferência do Google na qual executivos da companhia disseram que um dos grandes desafios na chegada da plataforma no Brasil era, justamente, o fato de usuários daqui digitarem palavras sem acentuação. Pode parecer bobo ou intuitivo – já que todo mundo faz isso – porém, foi necessária uma modificação feita no algoritmo da empresa de Mountain View que, andam dizendo por aí, deve estar valendo mais dólares do que a fórmula da Coca-Cola).
O segundo diferencial da Urby, aponta Banfi, é a interface geolocalizada. “Não somos somente uma solução para listar imóveis; a geolocalização é um filtro ativo. Uso o mapa para direcionar à região que me interessa. Isso responde tanto à ponta do usuário quanto a do mercado, já que esses dados são gratuitos”, declarou. A plataforma também exibe um mapa de calor de acordo com o preço estipulado pelo metro quadrado de cada região.
Grandes desafios para o molde de negócios da startup são a atualização e validação de dados (o que, de fato, está disponível – ou não – no mercado) e a falta de completude dos dados (isso ocorre porque imobiliárias temem que a concorrência coopte os imóveis ofertados). “Se a informação das imobiliárias não é completa, não publicamos no site. Prezamos pela qualidade do banco de dados”, diz Banfi.
Ele não revelou a quantidade de acessos na plataforma, mas disse que o Urby está levemente acima do tempo médio de buscas em sites do gênero, que é de sete minutos.
De nosso sócios fundadores, o único com cargo executivo é Banfi. “Mas temos mais um novo sócio que tem um papel importante na empresa: Leonardo Ruoso, que é CTO”, diz ele.
A plataforma teve um aporte de R$ 1 milhão em julho proveniente dos investidores-anjo chamados A4B. Também foi escolhida para o programa Alpha da Web Summit, que rola nesta semana em Dublin, na Irlanda.