Uma solução brasileiríssima para a medicina promete reduzir custos, integrar exames cardiológicos e fornecer avaliação de diagnósticos à distância – tudo isso em nuvem. Para ganhar mercado, entretanto, precisa angariar fundos: a intenção dos inventores agora é conquistar investidores para obtenção de recursos, dos quais 80% serão direcionados para treinamento da equipe comercial e lançamento do produto.
O CardioCare (Sistema Integrado de Telemetria Cardíaca para Exames Eletrocardiográficos) é uma solução que inova na coleta de alta precisão da rítmica cardíaca por meio de um aparelho multifuncional. São cinco funções em um único aparelho, que possui transmissão via wireless, algoritmo de alta performance e acesso a estas informações pelo profissional de saúde por intermédio de qualquer dispositivo conectado à internet.
As informações podem ser acessadas a qualquer momento e em qualquer lugar – basta que se tenha acesso à internet para isso. O armazenamento desse tipo de dado é feito em cloud computing.
A tecnologia já foi reconhecida internacionalmente: em julho, o CardioCare foi classificado entre os cinco melhores projetos na categoria Life Science no processo de seleção do MIT Award – International Entrepreneurship and Innovation Competition, realizado pelo Massachusetts Institute of Techonology (MIT). Também ganhou o prêmio “Honorable Mention”, no mês de março deste ano, em Cambridge/USA.
“Uma importante tarefa que o CardioCare cumpre é em relação a locais e lugares remotos sem a assistência medica de um especialista. Assim, em locais distantes com falta de acesso a médicos especializados (cardiologia) e exames eletrocardiográficos, o CardioCare permite realizar os testes (eletrocardiograma) e estará disponível para acesso (por meio de computação em nuvem), a partir de qualquer lugar”, explica Francisco Gomes, um dos sócios que desenvolveu a tecnologia.
Ele conta que, mesmo com os prêmios recebidos, o grande entrave tem sido a questão dos investimentos. “Por ser o segmento de saúde, reconhecidamente no mundo por ser de maior risco em função dos custos e de retorno de longo prazo, a captação de investidores – VC´s, private equity e demais – no Brasil tem sido uma dura batalha nos últimos dois anos”, relata.
A tecnologia, que começou a ser desenvolvida em 2007 em um centro tecnológico de softwares em Londrina/PR, recebeu em 2008 recursos do Finep para pesquisa e inovação no valor de R$ 2,5 milhões.