Mais de 20 mil participantes de todo o mundo estão reunidos nesta semana no Rio de Janeiro, para acompanharem a primeira edição do Web Summit Rio. Entre as principais tendências de tecnologia e inovação do mundo, um dos temas mais discutidos no evento é o cenário do venture capital na América Latina e como ele mudará nos próximos meses.
Eric Acher, fundador e Managing general partner da Monashees, lembra como o mercado brasileiro se transformou ao longo de duas décadas. “Quando nós começamos, lá em 2005, ninguém pensava em empreender. É notável como isso mudou de lá pra cá. Temos hoje muita tecnologia sendo desenvolvida no Brasil, além de muito bons empreendedores. Acredito que a América Latina está muito bem-posicionada globalmente, neste momento em que nós estamos corrigindo o mercado de investimento”.
Para Renata Quintini, cofundadora da Renegade Partners, a região ainda está se desenvolvendo, mas a executiva vê com bons olhos o futuro do ecossistema brasileiro. “Acreditamos que as melhores empresas para se investir podem estar em qualquer lugar do mundo, então a Renegade não olha para nenhuma região específica, desde que as startups tenham condições para competir globalmente. E, na América Latina, há flexibilidades e adaptabilidades únicas no mundo. O ecossistema está em constante desenvolvimento”, pontua.
E, embora o ano de 2021 tenha tido uma explosão de aportes em startups em todo o mundo, os executivos dos fundos entendem que, agora, os investimentos continuarão a ser realizados pelos players mais antigos e tradicionais, que conhecem a fundo o mercado. “Estamos nos reajustando agora ao que é a norma, 2021 foi a exceção. Mas ainda há muito o que explorar, o ecossistema de inovação é um ambiente fértil”, afirma Anderson Thees, venture capitalist do Itaú Unibanco.
O futuro dos venture capitals na América Latina
Para Edith Yeung, general partner da Race Capital, a previsão é de que em um futuro próximo, o mercado se depare com quase nada de IPOs, mas muitos M&As e negócios entre Brasil e China. “Estou animada com o cenário que eu estou vendo no Brasil, mas ainda não vejo o ‘buzz’ que tem o mercado do sul da Asia, por exemplo.”
Para os executivos presentes no evento, parece ser uma unanimidade a opinião de que o uso de Inteligência Artificial está permitindo que empresas produzam mais com cada vez menos recursos, o que pode ajudar a atrair cada vez mais investimentos para a região. “Uma das nossas prioridades era colocar o Brasil no mapa. E conseguimos. Agora, o próximo passo é transformar a região em percursora de inovação global”, diz Eric.
Para o futuro próximo, os executivos também veem os esforços em Inteligência Artificial transformando a forma como negócios são feitos. “Empresas precisarão de menos dinheiro para operar, o que fará com que nos próximos seis meses a gente veja uma grande quantidade de nascimento de novas empresas. E é aí que a gente vai ter que entender o que é só barulho dos divisores de águas, porque em pouco tempo eles serão necessidade”, afirma Patricio Aznar, managing partner na Bridge. “Não usar IA hoje é a mesma coisa que fazer controle de dados no papel e caneta. Tudo, todos os negócios, eventualmente usarão Inteligência Artificial.”
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