A FlyMedia iniciou atividades após obter R$ 20 milhões em rodada liderada pela OneVC. A empresa, definida pelos fundadores como nativa em tecnologias de inteligência artificial, tem como proposta estruturar personagens digitais programados para atuar como propriedades intelectuais capazes de circular por diferentes meios, idiomas e regiões desde o momento em que são lançados. O plano envolve criar influenciadores operados por sistemas de IA, integrados a múltiplos canais e modelos de distribuição.
O investimento contou com participação de fundos internacionais, entre eles Big Bets, Alter Global, A16z Scout Fund, Norte, Hypersphere, Verve e FJlabs. O grupo de investidores reúne gestoras presentes no setor de tecnologia e novos negócios. O aporte incluiu ainda a entrada de Fersen Lambranho, chairman da GP Investments, como pessoa física.
A iniciativa é liderada por Victor Trindade, conhecido pela atuação em projetos digitais voltados a públicos jovens. Trindade ajudou a criar os canais Neagle e FOCO, além de participar da fundação da NG.CASH. As produções somadas ultrapassam 23 milhões de seguidores e mais de 5 bilhões de visualizações. O histórico sustenta a tese que originou a nova empresa: desenvolver personagens e marcas operadas por IA com alcance internacional e possibilidade de expansão contínua em formatos variados.
Segundo Trindade, iniciativas de mídia tendem a surgir conectadas a sistemas digitais, linguagens diversas e operações construídas sobre automações. O fundador afirma que a companhia pretende operar propriedades intelectuais concebidas para circular por várias plataformas, sempre utilizando recursos de tecnologia para ampliar distribuição, interação e gestão de comunidades. Ele aponta que o avanço do setor de criadores de conteúdo levou o mercado a uma fase em que personagens digitais passam a ocupar espaço antes reservado a figuras humanas.
A estrutura da FlyMedia inclui Mario Augusto, CEO da NG.CASH, como cofundador. O time inicial reúne também Antonio Nakad, CMO, e Petrus Arruda, COO da NG.CASH, reforçando vínculos entre as duas organizações. O grupo compartilha experiência em construção de marcas, relacionamento com públicos jovens e operações de escala em ambientes online. O alinhamento ajudou na formulação do projeto e na definição das áreas prioritárias da nova empresa.
Com o capital captado, a startup dará início ao desenvolvimento de personagens controlados por sistemas de IA, universos narrativos próprios e marcas digitais preparadas para operar em vários mercados. A ideia é posicionar a FlyMedia como participante relevante do setor de mídia e entretenimento voltado à próxima geração de consumidores, cuja relação com conteúdo é fragmentada, móvel, multiplataforma e baseada em interações rápidas. A companhia pretende estruturar rotinas de criação contínua, permitindo que personagens evoluam de acordo com dados, respostas de audiência e novos ambientes de distribuição.
O plano inclui a construção de franquias com capacidade de chegar a produtos derivados, ambientes virtuais, transmissões ao vivo, canais em redes sociais, jogos, eventos e negócios licenciados. A abordagem segue modelos utilizados por propriedades tradicionais da indústria, porém com processos apoiados em IA desde a concepção. A ideia é que cada personagem seja projetado para circular por várias frentes sem depender de presença física, limitações de idioma ou barreiras logísticas.
Trindade afirma que a companhia pretende evitar modelos de produção voltados à entrega rápida. O foco está na criação de narrativas planejadas para gerar valor ao longo do tempo, sempre com capacidade de adaptação e expansão. A empresa entende que franquias baseadas em IA podem ser atualizadas continuamente, permitindo evolução conforme mudanças culturais, tecnológicas e comportamentais. Com isso, a FlyMedia busca ocupar espaço crescente em um mercado que vê propriedades digitais ampliando presença em diferentes interfaces e formatos de consumo.
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