Por Eduardo Pugliesi, diretor de inovação e de BI da Divisão SAP da Sonda IT, maior companhia latino-americana de Tecnologia da Informação.
A chegada dos players internacionais de ERP (Enterprise Resource Planning) no País, que culminou no desenvolvimento nacional deste mercado, fez com que o executivo brasileiro criasse uma cultura de implementação focada primeiro na organização operacional de suas empresas para depois pensar em criar a camada de gestão. Este modelo, que visa sanar as carências básicas de gestão de informação, acabou não dando espaço para se pensar na estratégia empresarial.
O reflexo pouco positivo desse movimento pode ser constatado com o alto índice de insucesso nos projetos de sistemas de gestão, como o Business Intelligence. Todos concordam que é preciso primeiro arrumar a casa, mas a falta de maturidade em gerenciamento e criação de uma cultura organizacional de gestão corporativa tem atrasado a evolução das empresas e negligenciado a possibilidade de uma visão mais focada no negócio, ou seja, na melhoria de seus processos.
Vivemos num país assolado pela ineficiência política e temos que conviver com uma realidade que acaba forçando as empresas a trabalharem de acordo com a seguinte equação: mais criatividade e competitividade somada a custos reduzidos e margens menores. Sem contar o quesito ‘metas agressivas’. Diante deste cenário, o executivo e o empreendedor precisam primeiro pensar na gestão e depois na execução.
E é justamente por conta desta dinâmica hostil que precisamos mudar o foco para planejar mais, visando nos tornar mais precisos na execução e assertivos no foco. Isto quer dizer que a via correta de se fazer uma boa gestão é primeiro desenvolver a camada estratégica do plano de negócio da companhia para depois aplicar as tecnologias que apoiarão a proposta de negócio.
Olhando a gestão como um organismo vivo, precisamos desenvolver esse plano de criação de ambientes de gerenciamento em fases curtas, através de um plano sustentável, contendo as diretrizes que suporte as alterações. Através de projetos de curto prazo e sequenciais, que envolvem os diversos níveis da informação, seja ela operacional, analítica, gerencial, estratégica e preditiva, o alvo é prover resultados por meio de investimentos fracionados e tangíveis. Não é uma tarefa fácil mudar a cultura empresarial, mas se tornou uma condição sine qua non para a sobrevivência das organizações no Brasil.
Outro grande fator de alteração de comportamento no processo de gestão é o acesso a uma gigantesca e rica massa de dados vindos de redes sociais, que até pouco tempo não existia com este formato. Análises de marketshare, benchmarket e gestão interna, usando informações da sua empresa ou de concorrentes, abrem uma nova janela para a realização de um projeto eficaz de gestão. A nova onda do Big Data traz uma ótica inovadora sobre exploração da empresa em outros campos, o que torna a visão ainda mais competitiva e estratégica.