Um encontro ontem na agência Flag reuniu ideias de negócios sobre Internet das coisas (IoT de Internet of Things, em inglês). No total, quatro empresas apresentaram produtos que desenvolveram com a tecnologia. Duas empresas, a Orion Digital e a Carenet, apresentaram produtos voltados para saúde, a ICELAND 2nd Nation apresentou os produtos desenvolvidos para campanhas de publicidade e a Dev Tecnologia apresentou placas que são aplicadas em gestão de energia e podem ser comercializadas para outras empresas que queiram desenvolver produtos de Internet das coisas.
Uma das grandes discussões do evento foi o potencial da Internet das Coisas. Os projetos consistiam em produtos que se interconectam e geram informação. A Carenet, por exemplo, apresentou um clipe para acompanhar sua saúde, uma combinação de hardware e software que você leva com você: o hardware em formato de clip e o software em formato de aplicativo. A Orion Digital apresentou um controle de temperatura para ambientes hospitalares que já é comercializado. A Dev apresentou soluções em placas e já anunciou que seu sistema de gestão de energia para prédios comerciais também já foi vendido para algumas empresas.
Internet das coisas é a possibilidade de ligar produtos para melhorá-los e gerar informação a partir deles. Para citar um exemplo, a solução de placas da Dev pode ser usada em lâmpadas na cidade inteira. Isso poderia informar autoridades imediatamente quando uma lâmpada queimasse, quando uma lâmpada fosse indevidamente acesa durante o dia, etc. O Startupi falou de um outro exemplo de Internet das Coisas na semana passada.
Carenet
Hoje, vamos falar principalmente da Carenet, que já tem um produto desenvolvido para o consumidor. A apresentação do produto foi feita pelo CEO da empresa Immo Oliver, um suíço que vive no Brasil há cinco anos. A função principal do clip da Carenet é monitorar o sono e movimento (veja abaixo).
Immo diz que o produto começa no bem estar, mas tem pretensão de migrar para a saúde. Questionado sobre o quanto o item estimularia a automedicação, Immo diz que não é um sistema que pretende curar doença e sim fazer a manutenção da sua saúde. “É um espaço que já é dominado pela automedicação, mas a automedicação sem informação”, diz o CEO.
E a privacidade? Immo afirma que a empresa segue o HIPAA como parâmetro. “O Hippa é um portfólio de regras e leis para toda a parte de saúde: dados, médicos, hospitais e etc. Usamos como referência para definir as regras para os brasileiros também”, diz.
O Brasil não possui legislação específica para uso de dados sobre saúde e o órgão americano garante alguns termos para os usuários. Immo diz que também usa como parâmetro regras da União Europeia, mas afirma que a preocupação do valor dos dados que pode reunir (a forma física, hábitos e predisposição para doença dos usuários, por exemplos) ainda não é prioritária. “Depois de pegar dados por três, quatro meses, já posso compará-los e tirar alguma informação. Por enquanto, não”, conclui.
O Carenet será o primeiro monitor de saúde produzido no Brasil. O empreendedor pretende lançar oficialmente o produto em até quatro semanas. O aplicativo será gratuito e o clip custará R$ 199.