A Eve Air Mobility anunciou a captação de R$ 200 milhões do BNDES. O aporte foi comunicado durante evento que marcou a estreia dos BDRs da companhia na B3, etapa que amplia o acesso de investidores locais ao negócio criado pela Embraer em 2022, quando ocorreu sua abertura de capital na Bolsa de Nova York.
O financiamento integra ações previstas no Programa Fundo Clima, na modalidade Indústria Verde, além do FINEM Inovação, na Linha Incentivada A. A operação reúne dois subcréditos: R$ 160 milhões provenientes do Fundo Clima e outros R$ 40 milhões formados por captação em moeda estrangeira pelo próprio banco. O prazo pode chegar a 15 anos.
Segundo a empresa, o montante será direcionado à integração do sistema de propulsão elétrica da primeira aeronave em processo de certificação. As atividades também abrangem preparação para ensaios necessários à obtenção do certificado de tipo junto à Agência Nacional de Aviação Civil. Essa etapa antecede a campanha de testes planejada para avaliar desempenho e validar requisitos técnicos.
Durante a cerimônia na B3, executivos detalharam o estágio atual do projeto. A carteira comercial soma 2,8 mil unidades encomendadas por operadores globais. Entre esses contratos está a aquisição de 50 veículos pela Revo. A primeira decolagem com protótipo está prevista para o final de dezembro, conforme informou o CEO Johann Bordais.
A relação entre Eve, Embraer e BNDES vem se ampliando desde 2022. Nesse período, iniciativas de financiamento ultrapassaram R$ 1,2 bilhão, valor que ajudou a estruturar a base necessária para o desenvolvimento do eVTOL e para o início futuro das operações. O novo aporte mantém essa trajetória, oferecendo condições para garantir continuidade do programa técnico.
Eduardo Couto, diretor financeiro, afirmou que o financiamento permite avançar em fase considerada crítica do projeto. Ele destacou que a integração do sistema de propulsão possibilita validar funções essenciais da aeronave. A agenda de testes prevista deverá fornecer dados para avaliação regulatória da autoridade brasileira.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, reforçou o entendimento de que o desenvolvimento do veículo insere o país no mapa de soluções voltadas à mobilidade aérea urbana. Ele citou o potencial de redução de emissões em relação a helicópteros e automóveis, além da expectativa de criação de cadeias produtivas associadas à tecnologia elétrica.
A listagem dos BDRs, anunciada em agosto, amplia a presença da companhia no mercado brasileiro. A estrutura foi organizada após acordo de subscrição do BNDESPAR envolvendo títulos lastreados nas ações negociadas nos Estados Unidos. O movimento busca ampliar liquidez, fortalecer a base de investidores e aproximar o público local do projeto.
Com o investimento, a companhia dá continuidade ao processo de evolução do eVTOL, peça central de sua estratégia para atender centros urbanos e regiões metropolitanas. O desenvolvimento envolve integração de componentes, avaliações em solo, preparação para ensaios e diálogo constante com autoridades responsáveis pela certificação.
O avanço obtido com o novo financiamento reforça o conjunto de iniciativas que sustentam a fase atual da empresa. A mobilização de recursos contribui para consolidar infraestrutura, validar sistemas e cumprir o cronograma que antecede a entrada no mercado. O setor acompanha as próximas etapas, que incluem testes com o protótipo previsto para o fim do ano.
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