O setor de construção civil, após um crescimento de 11,6% em 2010, quando ocorreu o “boom” do segmento, teve uma elevação de aproximadamente 5% em 2011, e deve manter a mesma projeção para esse ano. Com esses números, o segmento está enquadrado no ConstruBusiness, que representa 13% do Produto Interno Brasileiro (PIB).
Com esse panorama extremamente positivo, além da proximidade dos grandes eventos esportivos, a demanda exercida pelo mercado excede a oferta, acarretando em gargalos, principalmente nos pequenos escritórios de engenharia. Para auxiliar no desenvolvimento desse segmento, chega a Engarte, uma plataforma de crowdsourcing para profissionais e empresas de engenharia.
Criado pelo empreendedor Alan Meira, a plataforma nasceu com o objetivo de maximizar a capacidade produtiva dos escritórios do segmento. “Prestando serviço para empresas de engenharia e construção civil, percebi que, com o aquecimento do setor, diversos escritórios acabavam deixando projetos encostados ou até não aceitando, por conta de não ter mão de obra necessária. Foi aí que vimos a oportunidade de melhorar esse processo, fornecendo ferramentas para gerenciar esses projetos a partir da contratação de profissionais pela própria plataforma”, afirma.
Contratação e gerenciamento
A Engarte nasce com mais de mil projetistas na base de dados, contando desde especialistas em AutoCAD até engenheiros químicos e ambientais. Pela plataforma é possível procurar o profissional ideal para a prestação do serviço, e para garantir a evolução do projeto, a plataforma traz a ferramenta de gerenciamento.
Com essa solução, o projetista grava o desenvolvimento diário de seu trabalho, o que permite ao contratante ter um maior controle sobre o prestador e a qualidade do projeto. Após a realização do trabalho, a empresa pode qualificar o profissional, enriquecendo ainda mais a base da Engarte. Além disso, no sistema de contratação, o recebimento e pagamento das negociações ocorrem online, pelo Moip, já integrado à plataforma.
Compartilhamento de conhecimento
Além de possibilitar a proximidade entre profissionais e empresas, a Engarte ainda traz dois diferenciais que permitem propagar o conhecimento das mais variadas técnicas de criações de projetos: Engarte Help e a Engarte Library.
O Engarte Help é um fórum de discussões, que cria uma comunidade, onde os profissionais podem trocar ideias e partilhar experiências e conhecimentos, debatendo os principais temas do segmento. Já a Engarte Library é uma biblioteca virtual, que traz mais de 500 mil blocos, manuais, apostilas e plantas de projetos. “Com essa possibilidade de compartilhamento de informações, acreditamos que os projetos serão cada vez mais completos e bem elaborados, aumentando assim o grau de profissionalismo e alavancando o setor”, acredita Meira.
Expectativas
Atuando em versão beta desde março desse ano, a Engarte nasceu com um investimento inicial de R$ 100 mil do próprio empreendedor, que não tem sócios. Além disso, a startup foi classificada para o programa de incubação Inova-UFMG. O programa da Universidade Federal de Minas Gerais é voltado para estimular o empreendedorismo, e tem como principal função incubar empresas e projetos inovadores até que estejam fortalecidos para atuar num cenário empresarial cada vez mais competitivo.
Com o mercado aquecido, a expectativa da empresa é faturar aproximadamente R$ 2 milhões até o final de 2013. “Vemos muitas possibilidades em trazer a Engarte para o segmento de engenharia. Como o ticket médio de um projeto está avaliado em R$ 1,5 mil, e com o nosso comissionamento chegando até 15% do valor, acredito que podemos chegar a um bom primeiro ano de atuação”, almeja Meira.
O executivo ainda fala da projeção de profissionais dentro da plataforma. “Já pudemos sentir que a Engarte é uma ferramenta que terá bastante aceitação pelos projetistas. Acredito que até o final do ano teremos cerca de 20 mil cadastrados, e até 2013 chegaremos à casa dos 100 mil, incluindo profissionais internacionais”, finaliza.