Conversei com Juliano Seabra, Diretor de Educação e Pesquisa no Instituto Empreender Endeavor. Ele foi confirmado como presidente para o próximo ciclo de 4 anos da entidade, que inicia em janeiro.
O atual presidente Rodrigo Teles segue para co-gerir a Fundação Estudar com Fabio Tran e deixa um legado de democratização do tema empreendedorismo, expansão da equipe (e das unidades de atendimento) e das iniciativas.
Seabra vai assumir já lançando um documentário (Vai que dá), uma plataforma de mentoria online, uma rede de startups, com protagonismo em um Congresso Mundial de Empreendedorismo em pleno Brasil.
Confiram a entrevista.
Em que momento a Endeavor está?
“O principal legado que o Rodrigo está deixando neste ciclo de gestão foi muito marcado por uma reabertura da Endeavor, de abrir mais para o mercado empreendedor. Os primeiros anos da instituição foram de desbravamento forte. Marilia Rocca, a presidente no primeiro ciclo, de 2000 a 2004, fez um papel de introduzir, trazer o tema para a sociedade. Era mais difícil obter apoio, ou mesmo encontrar empreendedores. Foi como um processo de afirmação do empreendedorismo, especialmente do alto impacto que a Endeavor defende.
Aos poucos fomos tendo um portfolio bom de empreendedores, diversos mentores e apoiadores bastante alinhados com a causa. Com o Paulo Veras, foi hora de organizar a casa e aprofundar o serviço ao empreendedor. As necessidades foram mudando. No final da gestão dele, firmou-se a Semana Global do Empreendedorismo e a gestão do Rodrigo acompanhou a evolução do mercado.
Nestes últimos 3 ou 4 anos houve uma forte proliferação do tema na imprensa e em toda sociedade. Muito mais jovens passam a contar com o empreendededorismo como opção de carreira. O próprio programa educacional Bota Pra Fazer já conta com 4 mil participantes nas universidades, mas não basta apenas celebrar o empreendedorismo, devemos nos atentar para os aprendizados, as barreiras, e tentar trabalhar em cima disso”.
Como vai ser a Gestão Seabra?
“Não tem essa coisa de Gestão Seabra, pois somos uma grande equipe de 70 pessoas em todo Brasil, com unidades em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Pernambuco. Contamos um pessoal bastante competente, jovem, dedicado à causa. Temos a expectativa na Endeavor de que neste próximo ciclo a gente trabelhe mais profundamente com o ambiente empreendedor no Brasil. Conseguimos resultados bons com a Semana Global e outras iniciativas, mas queremos influenciar mais forte com conhecimento, educação, até com o governo. Queremos trabalhar bem próximo com Governo, Sebrae e outras organizações, inclusive mídia, para realmente termos uma cultura empreendedora de alto impacto.
Menos de 1% conseguem crescer de forma acelerada durante 2 ou 3 anos, são umas 30 mil no Brasil e geram metade de dos novos empregos criados no país. 70 ou 75% são MPEs. Os empreendedores estão fazendo a diferença e queremos dar luz para isso. Ainda olhamos muito como as coisas estão (micro, pequena, média, grande) e pouco para o processo de desenvolvimento. Como fazer para que os profissionais percebam e encontrem caminhos para construir negócios bacanas?”.
Boa pergunta. Como fazer para que os profissionais percebam e encontrem caminhos para construir negócios bacanas?
“Vamos seguir nosso trabalho e também fazer umas coisas novas. Vamos começar em janeiro a Startup Network, uma iniciativa para ir detectando talentos empreendedores de alto impacto na fase em que mais necessitam – e em startups este período geralmente é mais rápido do que em outras empresas. Vamos lançar também uma plataforma online de mentoria, em que os empreendedores podem se plugar com diferentes mentores – desta forma online, poderemos dar escala a este serviço. Estamos também fazendo um mapeamento de Cidades Empreendedoras, vamos ter primeiro um mapeamento das iniciativas do Rio de Janeiro, onde vao acontecer entre 18 e 21 de março de 2013 o Congresso Mundial de Empreendedorismo”.
A ideia é que daqui a 4 anos a gente olhe para trás e veja que conseguimos chegar mais perto de solucionar as dificuldades do empreendedorismo no Brasil, e vermos o alto impacto florescendo no Brasil. Vamos chegar lá com empreendedores fortes e um ambiente mais favorável. Estamos muito animados, é um jeito que estamos tentando, trabalhar em um modelo que a gente consiga fazer um impacto positivo, contribuir com o desenvolvimento, chegar a um estágio em que consigam passar pelo processo seletivo da Endeavor. Nosso sonho é cada vez mais ter essas empresas”.
Que assim seja! Um abraço a você, aos demais amigos na Endeavor, um bom final de ano e um 2013 excelente!