Há alguns dias, tive a satisfação de conhecer um desses empreendedores que a gente admira por ouvir falar que está na moda, que é tendência, que faz o bem, que ajuda a tornar o mundo melhor.
Helder Araújo pode ser chamado de multi-empreendedor, empreendedor serial, empreendedor conceitual, empreendedor social, mas a maioria o conhece mesmo como organizador do primeiro TED no Brasil, o TEDx SP.
Ou ainda como o criador da WebCitizen, empresa que desenvolve plataformas para promover engajamento civico. Aliás, um dos aplicativos da WebCitizen, o VoteNaWeb (que traduz as propostas em votação no Congresso Nacional do “juridiquês” ao alcance popular) foi apresentado (pelo sócio de Helder, André Blas) no Gov 2.0 Showcase Expo 2010 (veja vídeo abaixo) e rendeu um convite do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU para falar em um workshop realizado na Espanha (leia post aqui).
Recentemente, Helder lançou ainda o Busk, serviço de busca de notícias com uma série de funcionalidades sociais. Interessados podem criar perfis e pré-programar buscas, classificar os resultados, compartilhá-los, seguir as dicas de outras pessoas.
E mais: conhece o DueloTube? Um site em que dois vídeos disputam a preferência do público. E que tal a provocadora Revista Gotas, sobre transparência?
Ok, tem gente com pique e capacidade de tocar um monte de coisas – especialmente quando se tem mais pessoas colaborando. Mas, e o dinheiro? Esses projetos tem custo? O trabalho das pessoas tem custo? Tem cliente, patrocinador? “Quase tudo é auto-financiado”, revela Helder. “Apenas o Blog do Cidadão de Minas Gerais traz dinheiro. Mas não estou em busca de mais dinheiro, estou em busca do melhor dinheiro”.
Mas não se engane aquele que pensa que o pessoal está perdido. O WebCitizen está analisando um novo formato, para viabilizar certos tipos de fundos, e o Busk tem uma estratégia de negócios interessante sendo colocada em prática em breve. Tudo para garantir a continuidade do trabalho dos mais de 20 colaboradores – a maioria jornalistas, com um bom número de designers e tecnologistas pensando e trabalhando de forma alinhada com uma visão que, ouso dizer, pode ser resumida na inspiração de Helder:
- “Eu acordo todos os dias para botar energia numa coisa que vai durar mais do que eu. Tendo consciência de que sua energia pode acabar, onde você vai colocá-la? Qual é o mínimo denominador necessário para colocar a ideia na rua? Daí ela sobrevive.” (Helder Araújo)
No meu entender, o caminho de Helder, André e dos envolvidos nesses projetos tem a ver com o que li nesse artigo (que achei no Busk e fiz uma tradução livre e resumida abaixo):
“As pessoas sempre tem mais a conquistar e mais a dar. A diferença entre um mero sujeito e um cidadão é ser agente, criar o formato do futuro. Cidadãos engajam-se e participam no próprio destino. Como Bill Clinton costuma dizer, talento e criatividade são distribuídos igualmente mundo afora, mas as oportunidades não.
Companhias estão tentando quebrar a percepção de que a educação só pode acontecer por meio de instituições tradicionais. E há toda uma geração de startups sociais que querem quebrar as barreiras para as pessoas usarem seu talento e poder de agir. De uma forma ou outra, estão focadas em alavancar as capacidades humanas”.