Por Bruna Galati
Durante o Bossa Summit, evento realizado pela Bossanova Investimentos em São Paulo, Walter Longo, sócio-diretor na Unimark Comunicação, marca presença falando sobre como empresas e startups devem desenvolver um ecossistema para terem sucesso.
“Esse assunto é fundamental para empresas de qualquer tamanho, é ter a visão de construir um ecossistema, é ter um novo olhar sobre os negócios”, garante Walter. Das sete empresas mais valiosas do mundo, seis se transformaram em um ecossistema e hoje dominam o cenário e é por isso que um fundador de startup ou de uma grande corporação precisa se desenvolver nesse formato.
O especialista explica que um ecossistema é o conjunto de ofertas, serviços e produtos que um negócio produz e que disponibiliza dezenas de interações e formas diferentes com seus consumidores, facilitando o acesso e permitindo uma sinergia exponencial. Normalmente, um ecossistema é formado pela empresa – seja grande ou pequena – e o conjunto de outras grandes empresas. Depois do desenvolvimento de uma nova área de serviços complementares ou produtos, é hora de o negócio expandir para outros serviços.
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Exemplos de um ecossistema
Como é o caso do Hospital Israelita Albert Einstein, citado por Walter. O aluno entra no Ensino Einstein para estudar na área da saúde. Ao se formar, começa a trabalhar no hospital, depois faz pesquisas para o desenvolvimento do setor de saúde e por fim faz consultorias através do hospital. “É uma forma de você botar para dentro do seu ecossistema e a pessoa não precisará sair mais. É isso que daqui para à frente as empresas farão, serão um conjunto de serviços e atividades que garantem uma relação com os clientes para toda a vida.”
A Cacau Show é outro exemplo. A empresa começou como fábrica de chocolate e o fundador percebeu que era muito mais do que isso, era um lugar de entretenimento, celebração e romantismo, então incorporou outros produtos no seu portfólio, como biscoitos e panetones – sempre em parceria com outras empresas. Depois entrou para a área de hotelaria e restaurantes, e posteriormente para o turismo ecológico e internacional, além de criar uma área de educação para divulgar a importância do cacau. Atualmente a empresa tem o maior big data do Brasil, com 22 milhões de “cacau lovers” interagindo diretamente com a marca.
Natalia Beauty é outra empresa que começou no setor de procedimentos estéticos, depois lançou um segmento de educação, desenvolveu novos produtos de cosméticos e fez parcerias com novas empresas.
Por último, Walter explica como um açougue pode se tornar um ecossistema: o fundador pode fazer parceria com uma hamburgueria gourmet fornecendo carne de qualidade e gerando mais clientes para dentro; pode se associar a uma loja de equipamentos de churrasco; pode fazer parceria com um canal de TV para lançar um reality show chamado “O duelo das carnes”; ou ainda lançar um prêmio de melhor churrasqueiro do Brasil. “Estou falando de um açougue, mas onde o açougueiro tem uma visão grandiosa do que ele é e do que ele pode ser. O que define o potencial de um ecossistema não é o tamanho da empresa, é o tamanho da visão de quem está à frente dela”, completa.
Evolução do pensamento das corporações
Walter explica que o mantra corporativo mudou ao longo do tempo. Em 2000, o objetivo das empresas era entender qual era o seu negócio. Em 2010, houve uma migração conceitual, onde os fundadores passaram a falar sobre quais problemas eles resolviam para seus clientes. Por fim, em 2020, o pensamento mudou e agora eles querem entender como estão realizando o sonho dos seus clientes.
“Esse é o novo mantra corporativo e é dentro dessa visão que as empresas vão ter que atuar daqui para à frente e só um modelo de ecossistema permite resolver essa equação. Empresas terão que ser mais colaborativas do que competitivas. Dividir é multiplicar e se não pensarem dessa forma, ficarão para trás.”
Estratégias para desenvolver um ecossistema
1- Competição e colaboração ao mesmo tempo
Walter explica que é necessário que uma empresa tenha a capacidade de competir e colaborar ao mesmo tempo. Analisar seus concorrentes com aliados e parte de um ecossistema. Para ele, é assim que deve funcionar o mundo nos próximos tempos. O especialista cita o caso da Apple que tem parceria com a Samsung para desenvolver as telas dos seus iPhones.
2- Criar protagonismo inicial
Longo acredita que os primeiros parceiros devem ser os mais relevantes. “O importante é ser anunciado no mercado com protagonismo e fazer com que isso alcance grandes clientes.”
3- Priorizar a múltipla atuação
É importante que um time trabalhe cm ambivalência e que o produto tenha a mesma função. Contratante pode ser contratado e comprador pode ser vendedor, como é o caso do motorista do Uber. Se ele beber, ele pode pedir um carro no aplicativo do Uber, portanto ele é cliente e simultaneamente é fornecedor.
4- Pensar sequencialmente e realizar evolutivamente
Por fim, Walter reforça que o fundador não pode fazer tudo ao mesmo tempo, é importante dar passo por passo. “A Amazon começou entregando livros, passou anos fazendo só isso, entendeu como funcionava o correio, fez uma big data poderoso de clientes, entendeu os algoritmos e só depois disso tudo que começou a vender novos produtos. Ela tornou um dos maiores ecossistemas do mundo, onde você tem desde a produção de conteúdo na Amazon Prime, até a área de saúde que a empresa está entrando de maneira vigorosa.”
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