Por Bruna Galati
O próximo assunto do “How to…” – quadro onde o Startupi explica, com ajuda de especialistas, termos e processos para novos empreendedores – é o ecossistema de startups. O que é? Como funciona? Quem pode participar? Isadora Azzalin, startup communities manager do Sebrae for Startups ajuda com as dúvidas:
A especialista explica que o ecossistema de startups é formado pelo conjunto de atores que se relacionam com startups, ou seja, a estrela principal é a startup e em torno dela tem um mundo de atores.
O ecossistema de startups, assim como na biologia, se dá a partir da interação entre os seres. Ele funciona como uma engrenagem que, quando operado bem, melhora o ambiente para que as startups tenham maiores chances de sobreviver, crescer e de causarem impacto na vida das pessoas com as suas soluções.
É o conjunto de todos os atores: startups, comunidades, investidores, grandes empresas, universidades, governo, aceleradoras, associações, early adopters, evangelistas, imprensa, hubs, institutos de educação, etc. Todos estão ligados com o objetivo de fomentar as startups e dar suporte para que novos empreendedores e empreendedoras se sintam preparados para tirar suas ideias do papel.
O ecossistema de startups
Dentro do ecossistema cada ator tem seu papel (ou mais de um) que pode ser dividido em alguns pilares:
Cultura
A cultura é composta por eventos (muitos deles feitos pela comunidade); histórias inspiradoras e cases de sucesso, contadas em encontros e networking; imprensa, que compartilha informações sobre o startups e o ecossistema como um todo; e evangelistas, como Flávio Pripas, Ana Fontes e André Barrence, que falam sobre o ecossistema de startups em outros ecossistemas do mercado.
Talentos
O pilar de talento conta com universidades, escolas de formação rápida e cursos que garantem a formação, aperfeiçoamento e retenção de profissionais preparados para trabalhar em startups.
Densidade
O pilar da densidade é composto por ambientes físicos ou digitais de estruturas de suporte, de formação e de grupos de conhecimento, ou seja, incubadoras, aceleradoras, parques tecnológicos, hubs, ligas de empreendedorismo etc. Todos que aproximam os demais atores, criando um ambiente saudável de desenvolvimento.
Acesso à capital
O pilar de acesso à capital é o de financiamento, com investimento-anjo, empréstimos, fundos de Venture Capital, aceleradoras e editais de fomento, como Inova Amazônia, BNDES Garagem, FAPESP, etc.
Acesso ao mercado
Como o nome diz, esse pilar trata da disponibilidade que as startups têm de acessarem o mercado. Por exemplo a facilidade de conexão com as grandes empresas que buscam novas tecnologias para inovarem suas soluções, através de programas de open innovation e engajamento corporativo em eventos do ecossistema de startups. Além da facilidade ou menos de encontrarem os early adopters, pessoas dispostas a comprarem suas soluções assim que são lançadas (as vezes ainda em testes).
Ambiente regulatório
São os programas de governo, como o Startup Brasil, SEED MG, SEED ES; as políticas públicas, como o InovAtiva Brasil, leis, como o Marco Legal das Startups; além de redução de impostos para startups e investidores, programas de difusão de cultura empreendedora e pré-aceleração, participação de pessoas do poder público e engajamento por parte dos empreendedores dentro do poder público.
Diversidade
O pilar de diversidade, segundo Isadora, deveria estar presente em todos os pilares citados anteriormente, para reunir diferentes visões de mundo e criar soluções mais ricas e inclusivas. Como Rede Mulher Empreendedora, B2Mamy, Black Founders Fund, Black Rocks, Semente Preta, Maturi, Transcendemos, etc.
Quem pode participar do ecossistema de startups
De acordo com Isadora, todos que querem empreender com startups, empreendem ou trabalham em algum dos pilares citados podem participar do ecossistema de startups. Confira alguns dos principais atores envolvidos:
Startups
As startups, como já mencionado por Isadora, são as protagonistas do ecossistema. Elas são empresas inovadoras com potencial de crescimento rápido que operam em um cenário de incertezas e envolvendo tecnologia.
Incubadoras
As incubadoras são instituições que ajudam empreendedores a transformar boas ideias em negócios sustentáveis. Elas atendem startups que estão começando do zero, e geralmente são focadas em determinados segmentos de acordo com o interesse regional e incentivos governamentais.
Aceleradoras
As aceleradoras são entidades jurídicas com ou sem fins lucrativos que apoiam o desenvolvimento das startups. Elas oferecem programas de aceleração que incluem mentorias com especialistas do mercado, treinamentos para aplicar na prática o que foi aprendido e contato com outros profissionais e com fundos de investimento e investidores.
Investidores e fundos de investimento
Os investidores e fundos de investimento (Venture Capital e Private Equity) são as principais fontes de recursos do ecossistema de startups.
Comunidades
As comunidades são grupos de pessoas voluntárias e de startups de uma mesma região ou segmento que se unem para fortalecer seus negócios.
Hubs de inovação
Os hubs de inovação são espaços físicos ou virtuais que oferecem toda a infraestrutura para que as startups coloquem suas ideias em prática e façam networking. Eles reúnem várias startups de segmentos distintos no mesmo lugar, com o objetivo de promover conexão entre empreendedores para gerar clientes e parceiros.
Sebrae for Startups
Por fim, Isadora lembra que o Sebrae tem um super projeto para fomentar o ecossistema de startups. O Sebrae for Startups trabalha para apoiar e estabelecer conexões entre startups e parceiros de negócios e impulsionar novas soluções de ciência e tecnologia fomentando ações inovadoras no Estado de São Paulo.
Dentro dele tem o programa Comunidade 645 que capacita lideranças de todos os 645 municípios de São Paulo com atualizações sobre mercado de startups e gestão de comunidades empreendedores. “Nosso objetivo é criar uma comunidade de startup em cada um dos 645 municípios do estado e torná-lo ainda mais conectado e inovador”, finaliza Isadora.
Acesse aqui e saiba como você e o Startupi podem se tornar parceiros para impulsionar seus esforços de comunicação. Startupi – Jornalismo para quem lidera a inovação.