O Brasil começa a abrir os olhos para o mundo das Bitcoins. O tema é cada vez mais recorrente na mídia local e a cada dia há mais pessoas estudando e investindo na criptomoeda. De olho neste potencial, já surgiram algumas startups nacionais focadas em Bitcoins. Uma das maiores é a Mercado Bitcoin, que se apresenta como o primeiro exchange brasileiro focado neste universo.
Seu modelo de negócios funciona da seguinte maneira: quando o usuário deposita seu dinheiro (em reais) no serviço, ele paga uma taxa de R$ 2,90 + 1,99% do valor. Já quando vende ou compra, pode pagar uma taxa de 0,3% ou 0,7%, dependendo do urgência para a troca.
O site trabalha não só com Bitcoins, mas também com Litecoin, a segunda criptomoeda mais valorizada no momento. Em dezembro, eles conseguiram movimentar R$ 8 milhões em Bitcoins e R$ 5 milhões em Litecoins.
Isso tudo é fruto de um trabalho iniciado em 2011, quando a startup foi criada por Leandro Cesar. Em 2012, ele conseguiu alguns investidores, que ajudaram a estruturar a empresa de forma mais profissional e, consequentemente, a popularizá-la.
Inclusive, a Mercado Bitcoin está entre uma das selecionadas para a área Startup & Makers da CPBR7. Lá eles levarão até a primeira ATM de Bitcoins no Brasil. Os usuários poderão sacar e depositar Bitcoins, trocando por dinheiro convencional.
Bitcoin no Brasil
Esse processo para estruturar a startup não foi nada fácil, conforme nos conta Rodrigo Batista, investidor e CEO da Mercado Bitcoin. “A parte burocrática no Brasil é péssima e nosso relacionamento com os bancos também não foi fácil. Foi um desafio enorme explicar o que era esse negócio novo, por que tínhamos tal circulação de dinheiro e o que fazíamos. A sorte é que eu e meu sócio Gustavo Chamati (CFO da empresa), já trabalhávamos nesse meio e conhecemos bem o mercado financeiro”, relata.
No entanto, há aí um grande campo a se explorar ainda, principalmente no Brasil. Batista acredita que, apesar de o brasileiro estar sempre conectado, ele ainda é receoso em colocar dinheiro em transações na internet. “Basta ver os casos do Internet Banking, que aqui ainda é muito pequeno perto do potencial que possui”, diz.
Mesmo assim, ele acredita que o momento é bom para as Bitcoins no país. “Acredito que, em relação às criptomoedas, o Brasil está um ano atrasado perante aos EUA, mas um ano adiantado em comparação com o resto da América Latina”, diz Batista.
Segurança
No passado, Leandro Cesar, o fundador, tinha um outro serviço chamado Bitcoin Rain, que passou por um episódio polêmico. Na mesma época em que serviços de Bitcoin do mundo inteiro foram invadidos, a Bitcoin Rain também foi e o dinheiro de muita gente desapareceu.
Segundo Batista, este é um episódio isolado, relacionado exclusivamente a Cesar e não tem relação com a empresa Mercado Bitcoin. Além disso, todos os prejudicados na época já foram reembolsados. Um deles, o empresário André Horta, chegou a abrir um exchange concorrente. O Bitcoin To You, que funciona de forma semelhante.
Para driblar a natural desconfiança do brasileiro, além da desconfiança gerada por esse episódio do passado, hoje um dos principais focos da Mercado Bitcoin é a segurança, área em que eles investem bastante. “Temos uma grande equipe técnica, além de uma empresa terceirizada, a Proteus, que também audita bancos”, explica Batista.