Uma das escolhidas brasileiras no programa Startup Brasil me confirmou que optou por estar fora desta primeira etapa. É a B2Blue, plataforma de comercialização de resíduos sólidos para pequenas e médias empresas.
Segundo a CEO Mayura Okura, a experiência de participação foi positiva. “Foi super boa. Porém, nas condições que as aceleradoras colocaram os contratos, não vimos continuidade”, ela me relatou por telefone.
“Conversamos com sete aceleradoras, sendo que algumas das quais já tinham fechado a cota de participação. Foi uma pena não termos fechado, mas a experiência foi válida pelos contatos, tanto com as aceleradoras quanto com a organização”, declarou.
Segundo Okura, a B2Blue vai prosseguir em funcionamento com aporte de investidores anjo – a startup já está em contato com alguns fundos também. Ela é a única fundadora da empresa, com responsabilidade sobre a relação com os investidores e parceiros estratégicos e elaboração do planejamento estratégico da empresa. A sede da B2Blue é na capital paulista, mas os serviços são oferecidos a todo o Brasil.
Conheça, na nossa entrevista abaixo, o perfil da companhia.
Fale um pouco sobre o produto que ganhou o Startup Brasil.
A B2Blue.com é uma plataforma online de comercialização e valorização de resíduos sólidos gerados por pequenas e médias empresas que não possuem uma estrutura definida para realizar a gestão destes resíduos.
Na B2Blue.com, temos 2 perfis de usuários: empresa anunciante e empresa interessado. O anunciante pode se cadastrar e anunciar de forma gratuita os seus resíduos. O interessado também pode se cadastrar de forma gratuita e buscar as oportunidades de negócio que lhe interessam.
A interação e negociação é feita através da troca de mensagens, envio e aceite de propostas. Após o aceite do anunciante da melhor oportunidade para seu resíduo, o interessado paga a Comissão B2Blue.com de 5% sobre o valor total negociado através de boleto bancário e a forma de pagamento do valor do resíduo em si é combinado entre as partes.
Temos 1.578 usuários ativos.
Vocês já tiveram investidor antes do Startup Brasil?
Sim. Temos investidores anjos.
A B2Blue está em funcionamento?
Sim, atualmente temos oito funcionários, dois conselheiros e três investidores anjos.
Conte-nos um pouco sobre o desenvolvimento da ideia da B2Blue.
Desde 2011, vínhamos planejando e desenvolvendo a ideia da B2Blue.com. Tudo isso começou porque eu, ao trabalhar com crédito de carbono, notei que havia uma oportunidade com resíduos para correta destinação, saindo da disposição final a aterros.
O enfoque em resíduos ocorre porque em 2010 foi publicada a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10) que exige a extinção de lixões em todo o país até 2014, e a necessária reciclagem, reutilização ou reaproveitamento dos resíduos gerados pelas empresas, indústrias e comércio – o descumprimento acarreta em multas de R$ 5 mil reais a R$ 5 milhões.
E quanto à facilidade da B2Blue, pode discorrer um pouco?
A plataforma auxilia as empresas que estão em mais de uma cidade e/ou Estados, já que funciona em âmbito nacional, bem como traz alternativas de destinação que trazem receitas e/ou redução de custos para as empresas geradoras. O fato de ser online faz com que a busca seja facilitada e prática.
Qual a vantagem da B2Blue em relação a outras plataformas?
Somos pioneiros na comercialização online no país e nossa plataforma trabalha com vários resíduos, o que facilita, pois indústrias não geram apenas uma categoria de resíduos em seus processos produtivos, e podem em apenas um local negociar todos, com empresas qualificadas (que possuem documentações exigidas), e analisar o melhor custo-benefício em relação à distância física das partes envolvidas.