Dando continuidade à série de comentários sobre leituras recomendadas, apenas posts em português: discurso do novo Ministro das Comunicações; investimentos do governo brasileiro em Ciência e Tecnologia; marketing invisível; por trás do Colheita Feliz; ação judicial do GroupOn; empreendedorismo segundo Jim Collins; inovação na Consumer Electronics Summit; gestão de pessoas e motivação em startups.
O que move o mundo é a inovação. Foi isso que Gary Shapiro, presidente da CEA (Consumer Electronics Association), falou durante a abertura da Consumer Electronics Summit (que encerra hoje). Fazia tempo que não via um representante de uma classe ou segmento tão estabelecido, grande e impactante falar algo tão acertado. Afinal, já se cansou de ler que adequar produtos e ajustar modelos de negócios, por exemplo, é tão ou mais importante do que inventar tecnologias “soltas” (a sustentabilidade de algo depende também da sua capacidade de recombinação e interdependência). Vale o exemplo do brasileiro inventor do avião, Santos Dumont, que foi muito mais um inovador. Por que sugiro ler a entrevista de Shapiro? Para entender a dinâmica e o contexto do mundo dos gadgets atrelado à economia como um todo.
Talvez seja por isso que Paulo Bernardo, o novo Ministro das Comunicações, falou (ouça o discurso de posse ou leia mais comentários) que o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) será uma das prioridades de seu mandato. O acesso à Internet já existe desde, claro, o surgimento da própria Internet, mas veio sofrendo inovações constantes até se desenvolver a banda larga. Da mesma forma, o interesse da população brasileira em usar a Internet vem aumentando assim como seu poder aquisitivo. Também a concorrência selvagem está de vento em popa, e uma série de empreendedores de pequenos provedores está sofrendo com a falta de adaptação nas regulamentações do serviço.
Está vendo como os avanços tecnológicos trazem outras implicações sociais, legais e comerciais complexas e tão importantes quanto a tecnologia em si? Isso não significa que se possa desequilibrar a equação. Ao mesmo tempo em que os brasileiros experimentam novos modelos de negócios e novos produtos e serviços, também não param de inventar coisas. É o que indica o montante que vem sendo investido pelo governo brasileiro em Ciência e Tecnologia, a começar pela Finep: em 2002, a entidade investiu R$ 100 milhões em projetos de brasileiros; e 2010, foram R$ 15 bilhões! Dizem que os últimos 8 anos foram os melhores que já existiram nesta área.
Se isso tem um pouco de propaganda partidária disfarçada, não sei. Mas, se é um fato público e estratégico, não há porque não ressaltá-lo. Não parece existirem mais aspectos e âmbitos imaculados nesta Terra 2011. Há interesses comerciais por trás, por dentro e em torno da educação, da religião, da alimentação, da saúde e de cada coisa que o capitalismo consiga assimilar. O marketing invisível está aí, sempre esteve. A economia e as finanças são altamente emocionais, não tão sólidas, estáveis e racionais quanto tentam nos fazer crer. Mas não sejam anti-óticos, não esqueçam do fator humano e do poder de escolha – nem o seu, nem o do consumidor.
Vale lembrar que o GroupOn, pioneiro e gigante da onda de compras coletivas, está processando judicialmente um clone. Ser esperto requer usar o jeitinho brasileiro para fazer a coisa certa, da forma certa. Mesmo que os limites da economia digital não sejam sempre claros, parecendo por vezes um bangue-bangue em um velho oeste terra-de-ninguém (como se percebe no “filme do Facebook” e até ao vivo no Vale do Silício, como o Yuri Gitahy twittou pra mim certa vez).
Para Jim Collins, criar e aproveitar oportunidades (empreender) é algo que se aprende, que melhora vidas e constrói nações fortes. Inclusive no Brasil, país colonizado por imigrantes, como aconteceu com os Estados Unidos. A diferença, é que aqui existem mais obstáculos quando se tenta abrir um negócio com “tudo certinho”.
Como? Leiam Wesley Barbosa explicar sua trajetória até o surgimento do bem-sucedido jogo social Colheita Feliz! Quer seguir o caminho? Quer ajuda? O Pedro Sorren tem umas dicas de gestão de pessoas e motivação em startups 😉