O Desafio Pioneiro, uma competição de empreendedorismo e ciência criada pela jovem Isabella Furlan, de 17 anos, mobilizou 5 mil estudantes em 2024, promovendo uma iniciativa que estimula a transformação de projetos científicos em soluções práticas. O evento, realizado de forma online, teve como objetivo principal aproximar jovens brasileiros da inovação e fomentar o desenvolvimento de ideias que possam gerar impacto social e ambiental.
Ciência aplicada ao mercado
A motivação para o projeto nasceu da percepção de Isabella sobre as limitações das feiras de ciência tradicionais. Para ela, muitas ideias promissoras apresentadas nesses eventos acabavam sem continuidade. “Eu queria criar algo que desse propósito à ciência e incentivasse os jovens a transformar suas ideias em produtos que impactassem a sociedade”, afirma.
O Desafio Pioneiro convidou alunos do Ensino Fundamental e Médio de todo o Brasil a participar de três etapas: a criação de projetos científicos, o desenvolvimento de planos de negócios e apresentações para uma banca de investidores e CEOs. Essa estrutura garantiu aos participantes uma imersão em ciência aplicada, além da oportunidade de aprender sobre empreendedorismo na prática.
Premiação e projetos vencedores
Entre os projetos apresentados, o vencedor foi o Rover, um robô desenvolvido pelo estudante Manoel Nunes, de Teresina (PI), para monitorar a qualidade da água. Manoel recebeu R$ 15 mil e uma vaga no programa Inteli Camp, voltado para tecnologia e negócios.
O segundo lugar ficou com o Gestus, uma inteligência artificial que traduz língua de sinais para áudio, criada por Renzo Honorato, de São José dos Campos (SP), que foi premiado com R$ 10 mil. Já o terceiro lugar foi conquistado pela marca de moda sustentável ByLock, desenvolvida por Beatriz Lopes e Carolina Miki, colegas de Isabella no Brazilian International School (BIS), em São Paulo, premiadas com R$ 5 mil.
Isabella, que sempre teve afinidade com ciência e inovação, iniciou sua trajetória empreendedora em um programa internacional chamado Beta Camp. Durante o curso, participou da criação de uma startup que desenvolveu uma inteligência artificial voltada para a saúde mental de adolescentes, o Soul Spark. Essa experiência foi fundamental para que ela desenvolvesse as habilidades necessárias para idealizar e conduzir o Desafio Pioneiro.
“Empreender é usar o conhecimento para criar soluções reais e transformadoras”, diz Isabella, que planeja cursar engenharia mecânica no exterior e fundar sua própria empresa.
Apoio e impacto educacional
A iniciativa teve suporte de parceiros como o Inteli (Instituto de Tecnologia e Liderança) e a Ecom, além de contar com um corpo de jurados formado por profissionais renomados, como Marcio Kogut e Rodrigo de Alvarenga.
Segundo Audrey Taguti, diretora pedagógica do BIS, a participação de Isabella reflete o compromisso da escola com a formação de jovens protagonistas. “Nossa missão é apoiar os alunos a desenvolverem seu potencial e se tornarem agentes de mudança. Isabella exemplifica isso com seu engajamento e visão transformadora”, destaca.
Iniciativas como o Desafio Pioneiro são fundamentais para estimular uma nova geração de cientistas e empreendedores. Ao conectar ciência e negócios, o evento mostrou que é possível alinhar criatividade, impacto social e inovação tecnológica, preparando os jovens para enfrentar desafios reais e construir soluções com propósito.
Isabella acredita que o empreendedorismo, quando associado à ciência, pode mudar o panorama educacional e social do país. “Queremos inspirar os jovens a enxergar a ciência como uma ferramenta para transformar o mundo. Este é só o começo de um grande movimento”, conclui.
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